Todas as escolas são campeãs pelo desfile, pois tudo o que as autoridades puderam fazer para desanimar os sambistas, foi feito
Contra tudo e contra todos. Poucas vezes essa frase foi tão precisa como para definir o esforço feito pelas escolas de Barueri para desfilar neste domingo de carnaval. As agremiações só tiveram apoio naquilo que não era possível lhes negar: o direito de se reunir, de se manifestar e de usar uma via pública para isso.
De resto, o que as autoridades puderam fazer para desanimar os sambistas, foi feito. Felizmente, não surtiu efeito e o desfile saiu, “contra tudo e contra todos”.
Os sambistas e o público que estiveram na avenida Guilherme Guglielmo têm de ser aplaudidos de pé. Abandonados à própria sorte, numa cidade carente de eventos populares, fizeram um grande show cultural. Suportaram o sol de mais de 33ºC, a falta de um mísero copo d’água, uma sombra, um lugar para sentar, e cantaram e dançaram com as escolas.

É difícil acreditar no desprezo com que foi tratado um evento capaz de reunir, por baixo, 15 mil espectadores. Um evento que foi por décadas a maior expressão cultural desta cidade e, após 15 anos de degredo, não apenas não foi superado jamais, como volta espontaneamente com a força que se viu no domingo. Tudo sem propaganda, sem apoio, sem estrutura.
O poder público não pode ser insensível ao desejo popular. O carnaval é uma festa brasileira e está impregnado na cultura de Barueri. Que os sambistas não desistam, que lutem pelos seus direitos para sensibilizar as autoridades a acatar o desejo popular. Ainda que tenham, mesmo sendo 25 mil ou 30 mil em 2017, que disputar oito cabines de banheiro. A cultura é um direito popular e apoiá-la é obrigação de qualquer agente público.
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