Escolas de Barueri emocionaram com suas homenagens. De antigos personagens, como mestre Régis (na foto), a gente da comunidade
O desfile das escolas de samba deste ano mostrou a garra do sambista barueriense, indicou que em pouco tempo as agremiações poderão fazer grandes desfiles e causou momentos de emoção e entusiasmo.
Houve muita variação no tamanho, organização e luxo entre as escolas, mostrando que algumas já estão relativamente estruturadas e outras ainda dão os primeiros passos.
Em geral, o ponto alto de cada uma foi a bateria, pois a maioria levantou o público. Duas agremiações emocionaram os mais veteranos reverenciando antigas figuras do samba da cidade.
A União das Vilas abriu o desfile homenageando seu primeiro presidente e fundador, Cresio Portela, que levou a escola ao título do carnaval de 1992.
Já o enredo da Verde e Rosa era uma lembrança do Mestre Régis, fundador, presidente, diretor de bateria e condutor da escola em seus campeonatos.
Outro momento de emoção foi no esquenta da Unidos da Vila São Jorge, quando os intérpretes puxaram o refrão do enredo em homenagem ao Samba do Argeu, vencedor do carnaval de 1983, e considerado um dos mais belos sambas do carnaval de Barueri.
Verde e Rosa, Cadência Paulista e Oba Oba levaram mais componentes à avenida e apresentaram uma estrutura mais próxima de um desfile completo.
A Cadência tinha alegorias e, por causa do seu enredo, que falava das crianças, perfumou a avenida e distribuiu balas ao público.
Já a Oba Oba foi a mais luxuosa, com fantasias requintadas em várias alas, fruto de uma parceira feita com a escola paulistana Unidos do Peruche.
As escolas não se esqueceram de sua gente. A Mocidade Marihá, por exemplo, homenageou pessoas do bairro que fazem o bem sem esperar nada em troca.
Já Ganga e Unidos do Paulista fizeram reverência à própria comunidade. Um ponto alto do samba da Ganga dizia “transformando a cultura e a arte, meu exemplo é a favela”.
A presença da religiosidade africana foi marcante na União das Vilas, Unidos do Belval e São Jorge, que fez um samba para exaltar seu padroeiro.
Como a festa era livre, muita gente se incorporou às escolas mesmo sem fantasias ou abadás e a organização teve trabalho para manter o público fora da pista de desfile.
E as escolas priorizaram o que pôde ser feito. Várias, por exemplo, não tiveram comissão de frente ou ala de baianas, e faltou até um mestre-sala, mas havia várias alas coreografadas. Pontos para serem aprimorados para o ano que vem.