Grupo que denunciou o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves diz que deu dinheiro a 1.829 políticos, entre eles, Bruna
Por ter recebido uma doação de R$ 762,50, a deputada federal Bruna Furlan (PSDB) foi parar na lista da delação premiada da JBS. A relação de políticos contemplados pelo grupo foi entregue à Procuradoria Geral da União (PGU) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O Grupo JBS procurou o Ministério Público Federal (MPF) para relatar os casos de corrupção em que se envolveu nos últimos anos em troca de apoio de políticos e funcionários públicos para obter vantagens em seus negócios. Um dos seus diretores, Joesley Batista, chegou a gravar um encontro clandestino com o presidente Michel Temer. Na conversa, Joesley teria falado sobre o pagamento de propina para o ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba, ficar calado, e afirmou ter “comprado” um procurador e dois juízes ligados à operação Lava Jato.
Em suas delações premiadas, os dirigentes da JBS afirmaram que têm feito doações eleitorais legais a políticos de 28 partidos de 23 estados, mas também pago propinas em troca de favores. Nas planilhas apresentadas, o grupo lista 1.829 candidatos que teriam recebido doações. Desses, foram eleitos 167 deputados federais, 28 senadores e 16 governadores, entre eles, Bruna Furlan. Boa parte dos valores pagos foram declarados formalmente nas campanhas dos candidatos. Mesmo assim, a JBS afirma que eles tinham como objetivo o pagamento de propina.
Entre os senadores, as maiores doações foram para Aécio Neves (PSDB, com R$ 30,4 milhões), Gleisi Hoffmann (PT, com R$ 8,8 milhões) e Antonio Anastasia (PSDB, R$ 3,9 milhões). Os deputados que receberam os maiores valores foram Cristiane Brasil (PDT, R$ 1,98 milhão) Orlando Silva (PCdoB, 1,58 milhão) e Lincoln Portela (PR, R$ 1,5 milhão).
Os políticos da lista têm sido procurados por jornalistas de veículos de imprensa de todo o Brasil para falar sobre as doações. A maioria respondeu aos questionamentos. Bruna Furlan, no entanto, tem preferido o silêncio. O Barueri na Rede procurou a assessoria da deputada e foi informado que ela estava em Brasília e não poderia falar.