sexta-feira, julho 26, 2024
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Moradores voltam a ter casas invadidas pela água da chuva e culpam obra da prefeitura

por: Redação

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Avenida Bariloche concentra o maior número de relatos. Residências vêm sendo tomadas toda vez que chove forte, sistematicamente, há quatro anos

O barueriense tem sofrido com as consequências das fortes chuvas em diversos bairros. Relatos são feitos sempre que a cidade tem precipitações de água em grande quantidade. Na lista, a região central de Barueri, o Jardim Silveira, Jardim Paulista, Jardim Maria Helena, Parque Viana, Jardim Califórnia, Aldeia e Tamboré se destacam como pontos ‘viciados’ de alagamentos e enchentes.

Na segunda-feira, 27/11, o Parque Viana e parte do Maria Helena, em especial na extensão da Avenida Bariloche, foram os pontos que mais revoltaram os moradores dos bairros, que registraram a via completamente tomada por uma enxurrada após 20 minutos de chuva forte. A avenida virou um mar de lama, com correnteza forte que chegou a derrubar motos, arrastar carros que ficaram presos em meio aos pontos de alagamento e muitas casas invadidas pela água barrenta (veja os vídeos aqui) .

O problema, segundo os moradores, já é antigo. No local, uma obra da prefeitura teria alterado a estrutura local, fazendo com que a vazão não fosse suportada pelos muros colocados em uma das extremidades da avenida, no ponto que dá acesso para a rotatória onde começa a avenida Marco Antonio Calegari, sentido Parque Shopping Barueri. “Dois cortes que fizeram [a prefeitura] ali na avenida, vai suportar a quantidade de água que desce do Paulista, não vai suportar”, fala um morador num vídeo. Segundo o morador, revoltado, foram solicitadas diversas vezes que fossem refeitas as obras. “Pedimos para fazer o muro. Mas não. Querem fazer um reparo, que tudo se resolve. Nós avisamos. Olha a quantidade de água desse lugar, é muito grande”, fala.

De fato, as imagens mostram que o local não é capaz de conter o volume em dias de chuva forte. O resultado disso já vem sendo sentido por moradores desde 2009, quando  moradores alertaram a prefeitura para o risco que a canalização feita na área traria para as casas. “Devastaram o morro, desapropriaram casas, soterram diversos quintais e depositaram mais de seis metros de altura de terra, elevando o nível da avenida”, conta a leitora, neta da senhora que perdeu tudo durante uma forte chuva. Antes de ver a casa da avó tomada pelas águas, ela garante que em 2008 pediu uma vistoria da Defesa Civil, e que o atestado feito afirmou que não havia riscos para os moradores e que o muro ia conter a correnteza.

Os moradores ficaram apreensivos por mais de um ano, até que em janeiro de 2019, as chuvas de verão forçaram as águas para a parte de baixo da avenida, onde ficavam as casas, e desencadeou o primeiro rompimento do muro de um terreno, que inundou as residências próximas. Dois meses depois desse episódio, uma nova chuva trouxe perdas aos moradores que ainda tinham alguma coisa. Uma das vítimas dessa inundação foi Vanda Conceição Bolzan Rodrigues, que aos 73 anos, que precisou ser resgatada pela janela. “Ela não teve nenhuma ajuda da prefeitura para cobrir os prejuízos”, conta a leitora.  Vanda, moradora que na época fazia tratamento contra um câncer na medula, perdeu tudo que tinha em casa, incluindo medicações, documentos e receitas médicas. “Ela recebeu R$ 10 mil de indenização, mas os prejuízos foram avaliados em mais de R$ 300 mil”, afirma a neta dela ao BnR. Na ocasião, segundo documentos enviados ao BnR, a Defesa Civil emitiu laudo técnico atestando que o muro de contenção era seguro.

No mesmo ano, uma segunda chuva forte finalmente derrubou o muro atestado como seguro, e meses após perderem tudo, dona Vanda, assim como outros moradores vizinhos que estavam tentando se recuperar das perdas, agora viu os animais de estimação serem mortos pela água que invadiu novamente a própria casa. Segundo a neta de Vanda, em outubro foi dada ordem para que a Secretaria de Obras de Barueri fizesse as reparações necessárias no prazo de 30 dias. “E hoje, tivemos a mesma situação se repetindo”. A avó dela, que morava na mesma casa há mais de 60 anos, teve que ir embora do bairro, abandonando a residência. “Toda vez que chovia, ela ficava apavorada, fazia uma mala e saia de casa, traumatizada”, conta a neta.

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