Famílias de estudantes se unem contra proposta de mudança de material didático pela Fundação que encarece o custo dos itens
Pais de estudantes da Fundação Instituto de Educação de Barueri (Fieb) afirmam que o kit exigido pela instituição para seus alunos é oferecido a preços inferiores a outros estabelecimentos. Um pai chegou a entrar em contato com uma escola particular e verificou que o valor cobrado é 37% menor do que o proposto pela Fieb.
A Fundação decidiu mudar a proposta pedagógica este ano e adotou um kit educacional composto por apostilas, livros e programas que pode ser adquirido apenas de uma empresa específica, a Somos. Não existe possibilidade de optar por outro fornecedor. Familiares de estudantes alegam que grande parte dos programas oferecidos pode ser obtida gratuitamente pela internet e que alguns deles inclusive já seriam oferecidos pela prefeitura na rede municipal de ensino sem custo para os estudantes.
Pais de aluno se queixam de que não houve suficiente explicação para justificar as mudanças e reclamam dos valores que terão que investir no kit, muito superior ao que sempre gastaram. Alegam também que não é possível adquirir material usado por estudantes mais adiantados usados em anos anteriores, o que barateava os custos.
A justificativa para os preços mais altos seria a intermediação feita pela Livraria Educacional. Os pais questionam essa prática e entendem que a Associação de Pais e Mestres poderia fazer a negociação diretamente com a fornecedora dos conteúdos.
Nos últimos dias surgiu um movimento cobrando explicações por parte da Fieb, bem como pedindo a revisão dos valores a serem gastos. Muitas famílias alegam não ter condições de bancar os novos preços.
Abaixo-assinado
A movimentação de pais na internet levou à criação de um abaixo-assinado dos pais que já conta com cerca de 400 assinaturas. Por seu lado, a instituição se mantém em silêncio e até fechou para comentários seu espaço nas redes sociais.
Apesar do silêncio, na quinta-feira passada, a Fieb divulgou vídeo sobre uma reunião de pais que teria sido realizada com o superintendente Luiz Antonio Ribeiro para falar sobre o assunto. Imediatamente, dezenas de pais de alunos foram às redes sociais alegar que a reunião tinha sido secreta, que não se sabia seu teor nem seu resultado e que dela só participaram mães que estão de acordo com as mudanças decididas pela instituição.
Também na quinta, um grupo de pais reuniu-se na prefeitura com Claudia Zanelato, diretora pedagógica da fundação. O encontro não foi conclusivo e Claudia comprometeu-se a divulgar até esta segunda-feira a lista completa do material constante do kit, descrevendo item por item o que os pais estariam adquirindo.
As famílias estudam medidas legais para fazer a Fieb mudar a conduta. Petições estão sendo preparadas em vários grupos para serem apresentadas ao Ministério Público.
O Barueri na Rede procurou o Procon para avaliar o caso. O serviço, porém, disse que não pode interferir por não ser uma relação entre consumidor e empresa privada e o caso está fora de sua competência. A Fieb é uma fundação mantida pela prefeitura de Barueri.
As questões apresentadas nessa reportagem foram enviadas pelo BnR à Fieb por meio da Secretaria de Comunicação Social da prefeitura, mas não obteve resposta.