Investigação que desbaratou quadrilha que pagava propina a funcionários de prefeituras para vencer licitações vê participação de políticos no esquema
O secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse nesta quarta-feira (20/1) que não está descartada a participação de prefeitos no esquema de corrupção da chamada “máfia da merenda”. Investigações conjuntas realizadas pela Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), concluíram que a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) pagou propinas para funcionários de prefeituras para sair vencedora em licitações de compra de alimentos.
Segundo Moraes, as investigações concluem que o esquema beneficou a cooperativa, seus vendedores, funcionários das áreas de compras das prefeituras e agentes políticos, como prefeitos, por exemplo. “É uma investigação que não está ligada a partido político”, afirmou o secretário.
A quadrilha operava a partir da cidade de Bebedouro, sede da Coaf. Ali, a operação da polícia com o Gaeco, batizada de Alba Branca, prendeu na terça-feira (19/1) seis pessoas ligadas à Coaf. A investigação do caso começou há seis meses, depois que um ex-funcionário da cooperativa procurou a polícia para denunciar o esquema.
Em 9 de dezembro do ano passado, foram interceptados cerca de R$ 95 mil em dinheiro que estavam sendo transportados por um dos suspeitos para o pagamento de propina a um agente político. Os nomes não foram revelados.
De acordo com o promotor Leonardo Romanelli, do Gaeco, as propinas variavam de 10% a 30% do total do contrato que seria firmado entre a Coaf e as prefeituras. Esse valor era acrescido ao preço final, o que ocasionava um superfaturamento dos produtos negociados.
“Eles assediavam determinados servidores de prefeituras, oferecendo os serviços. O serviço era prestado, só que eles combinavam um sobrepreço para que houvesse vantagem financeira para o funcionário da prefeitura, para o próprio vendedor, para a Coaf e também para o agente político que fez a intermediação”, explicou o delegado de Bebedouro, José Eduardo de Vasconcelos, responsável pelas investigações.
Na terça, além das seis prisões de pessoas ligadas à Coaf, a polícia e o MP cumpriram 24 mandados de busca e apreensão em 17 prefeituras que mantiveram negócios com a Coaf, entre elas, a de Barueri. Os agentes buscavam contratos de fornecimento de merenda e planilhas.
Em Barueri, o grupo da operação, composto por delegado e promotores, concentrou-se na Secretaria de Suprimentos, responsável pelas compras no município. Eles procuravam contratos feitos entre a administração municipal e a Coaf. Procurada pelo Barueri na Rede, a prefeitura respondeu: “A Prefeitura de Barueri, por meio da Secretaria de Suprimentos, apenas colaborou com o MP e forneceu a documentação solicitada pelo órgão, referente a um processo licitatório de 2013, que transcorreu dentro dos trâmites legais e que teve a cooperativa investigada como vencedora”.
Segundo o MP, a apreensão dos documentos é preventiva e faz parte de uma nova etapa das investigações. Isso não quer dizer necessariamente que em todas as prefeituras visitadas serão encontradas irregularidades.
“Os contratos onde houve as buscas foram recolhidos para serem analisados. Sabemos que havia pagamento de propina, mas ainda falta esclarecer em quais prefeituras havia pessoas recebendo para fazer essas contratações”, afirmou Romanelli.
Saiba mais em:
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