sexta-feira, março 29, 2024
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O que o câncer tirou de mim

por: Redação

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“Texto que escrevi a respeito do tratamento que passei. Espero que goste e ache interessante e inspirador” – Edite Ramos

Edite R
Foto: Arquivo pessoal

Para começar me tirou da zona de conforto, o câncer tirou de mim o irrelevante. Então, saíram os falsos amigos, o emprego ruim, o chefe que me enlouquecia. Aos poucos me tirou a falta de vontade de viver, assim eu entendi que vale a pena lutar e mostrar que a nossa força quando nos livramos do peso das amarras que nos puxam para baixo, e por falar em amarras, essas o câncer também me tirou.

O câncer me tirou da escuridão, mostrou-me que existe luz capaz de iluminar todos os nossos cantos, basta querer e deixar que esta luz se expanda a todos. Senti-me iluminada e carrego comigo com um grande sorriso. Caíram por terra todos os meus preconceitos e desconfianças. O câncer me tirou a incerteza, o medo, o inconclusivo. Tenho hoje certezas que não tinha ontem, percorro caminhos que não andava antes, enxergo além, aquém do que é vil e pequeno.

O câncer me tirou o que é feio e me mostrou o belo, afastou os inimigos ao trazer amigos para me arrancar da solidão, todos eles aliados, alinhando comigo um novo caminho. O câncer me tirou os obstáculos, o medo de perder e de sofrer, tive a certeza de que teria que percorrer este caminho, que somente eu poderia ter esta experiência. Para os dias que se tornaram noites, eu vejo flores, orações e esperança de cura.

Edite
Foto: Verônica Falco

Parece estranho falar de coisas boas neste momento, ir à contramão do óbvio, mas aprendi que o câncer não pode ser definido para baixo como um mal absoluto. Percebi que o câncer me abriu para novas possibilidades e somente eu teria o poder de enxergar isso.

Decidi que o meu futuro sou eu quem projeto. Mesmo porque o que sentimos muitas vezes não é somente reação à doença ou aos medicamentos e sim uma resposta exponencial a tudo o que vivemos.

Ainda estou no meio do caminho, há ainda muito a viajar e nesta viagem quero realizar os meus sonhos, escancarar minhas virtudes e aceitar os meus defeitos, mas acima de tudo, mesmo sendo clichê, sempre lembrar de ser feliz.

Edite Ramos

Leia a matéria completa:

Elas tiraram do câncer uma vida nova

 

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