sexta-feira, julho 26, 2024
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Professores vão à Justiça contra avaliação profissional feita pela prefeitura

por: Redação

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Categoria afirma que este ano notas tiveram grande queda por determinação da Secretaria da Educação do município sem nenhuma justificativa

Docentes se reuniram na terça-feira, 21/3, diante da prefeitura, e marcaram nova assembleia para sexta-feira

A categoria dos professores da rede municipal de Barueri decidiu entrar na Justiça para anular a avaliação profissional feita este ano pela Secretaria de Educação do município. A ação parte do Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais de Barueri e Região (Siproem) e atende decisão dos docentes tomada em assembleia.

Os educadores entendem que a distribuição das notas está viciada. Este ano, foram atribuídos valores muito inferiores aos de anos anteriores. “Eu tive 9,7 em 2022 e agora recebi 7,5”, explica um professor. “Se meu trabalho e minha dedicação foram os mesmos de sempre, como posso ter piorado tanto em tão pouco tempo.”

A queixa é generalizada. Centenas de professores receberam pontuação muito inferior à que tiveram nas avaliações mais recentes. “Eu tirei 10 na nota para o 15° salário em dezembro e 7,75 agora”, conta uma professora. “Em menos de três meses, praticamente sem atividade pedagógica, deixei de ser excelente e virei ruim.”

Outro ponto que faz parte da queixa da categoria é que em muitas escolas todos os professores obtiveram a mesma nota. O Barueri na Rede teve acesso a planilhas que confirmam a queixa. “Isso prova que não houve avaliação nenhuma”, diz um professor. “Como é que todos os docentes de uma escola têm o mesmíssimo desempenho. A avaliação é individual, então o que houve foi uma desvirtuação do processo, uma farsa.”

Na sua propaganda, a prefeitura exalta a qualidade do nosso ensino e avalia todas as escolas com notas altas, geralmente 10. É um caso raro de ótimas escolas cheias de professores ruins”, afirma um docente. “Tem algo errado aí.”

Professores, supervisores e coordenadores ouvidos pelo BnR afirmam que receberam orientação de dar pontuações baixas para todos os docentes. Isso explicaria não apenas as avaliações ruins, mas também as notas iguais para todo o quadro da escola. “A ordem partiu da secretaria”, diz uma coordenadora. “Vários dos gestores que fizeram a avaliação nem estavam na mesma escola em 2022, então, como poderiam avaliar tão negativamente a gente”, pergunta uma professora.

O sindicato pediu explicações à prefeitura para essas questões, mas ainda não recebeu resposta. Para boa parte dos dirigentes sindicais, a gestão municipal mantém uma política de achatamento salarial que atinge todo o funcionalismo. “A cidade pode gastar até 54% de seu orçamento com salários, mas Barueri destina apenas 32%”, diz o presidente do Siproem, Adenir Segura. “Não é à toa que o vencimento dos professores baruerienses é o mais baixo da região”, diz ele, citando cidades como Osasco, Cajamar, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista entre as que pagam mais.

A partir dessa conclusão, os professores de Barueri também reivindicam reajuste salarial de 35% para recuperar as perdas da categoria nos últimos anos. Segundo o Siproem, a prefeitura tem reajustado os vencimentos abaixo da inflação e a cidade caminha para em poucos anos pagar apenas o piso determinado por lei. “Como uma cidade rica como Barueri pode adotar uma política salarial que corrói o salário dos servidores da educação, apesar de ter orçamento de quase R$ 5 bilhões”, diz o professor Segura. “Dinheiro, há, o que não há é vontade de dar um salário justo para os professores.”

Na terça-feira, 21/3, o Siproem promoveu uma assembleia dos professores diante da prefeitura. Na ocasião, foram debatidos os temas da avaliação e da correção salarial e ficou decidido que a categoria vai manter o movimento de reivindicação. Foi marcada nova assembleia, no mesmo local, na sexta-feira, 24/3, com saída em caminhada pelo bulevar central.

Todas as questões levantadas pelos professores foram enviadas à prefeitura e serão publicadas assim que respondidas do Barueri na Rede.

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1 Comentário

  1. Isso é só a ponta do iceberg, o salário base da prefeitura,onde esta inserido os guardas de patrimônio , merendeiras, coveiros, e outras categorias, é algo em torno de 1424 reais, e sem ter direito a nenhum benefício !! enquanto as demais prefeituras do estado de são paulo concede um vale alimentação,que varia entre 750 a 1350 reais pago mensalmente,barueri vive o ciclo da cesta básica, onde o servidor pega uma fila quilométrica para apanhar sua cesta, onde a grande maioria pelo salário baixo recebido ainda tem que jogar nas costas e andar uns 300 metros até o ponto de ônibus !! uma vergonha !! Lembrando que somos o quinto munícipio que mais arrecada no estado de são paulo, e se dividir a arrecadação pelo numero de habitantes talvez sejamos o primeiro ou o segundo em renda percapta!!

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