Escola promete desfilar com 700 componentes e dez alas para exaltar o passado e projetar o futuro do carnaval da cidade
Maior campeã de Barueri, a Oba Oba da Vila Porto desfila este ano com um enredo que conta a história do carnaval da cidade. O título explica tudo: “Capenguei e lutei, quando rei, adormeci. Hoje, acordei pra te ver sorrir, viva seu carnaval, Barueri”. A ideia da agremiação é justamente celebrar a volta do carnaval de rua falando das lutas dos sambistas do passado e dos sonhos para o futuro.
Na volta dos desfiles, em 2015, enquanto as demais agremiações apresentaram um carnaval simples, em razão da falta de recursos, a Oba Oba surpreendeu com alas fantasiadas e os componentes fundamentais da apresentação, como comissão de frente, mestre-sala e porta-bandeira, por exemplo.
Para o presidente da escola, Cleyton Albuquerque, o que fez a Oba Oba voltar em grande estilo foi a valorização dos antigos componentes e diretores. “Chamamos gente como Pedrinho Vila Porto e Mestre Banha e muitos outros, que tinham comandado a escola no auge”, explica. “A contribuição deles é importantíssima, eles sempre têm algo valioso para dizer e ensinar.” Um dos resultados da participação dos veteranos foi a criação da Velha Guarda, comandada justamente por Pedrinho Vila proto.
Cleyton, 31 anos, é Oba Oba desde antes de nascer. Ele conta que a mãe desfilou grávida dele pela escola. Menino, cresceu no meio da batucada. Em 2005, quando o carnaval já estava parado, participou da criação do Oba Oba Futsamba, clube de futebol criado na Vila Porto, que presidiu desde o começo. Assim, quando os desfiles foram retomados em 2015, foi natural que ele surgisse como principal nome para presidir a escola também.
Em São Paulo, Cleyton participa do carnaval desde 1998 como ritmista de grandes escolas como Rosas de Ouro e Camisa Verde e hoje na Tom Maior. Também trabalhou em barracões de alegorias e ateliês de fantasias, aprendeu muito e tornou-se jurado da União das Escolas de Samba Paulistanas (Uesp). Essa experiência ele trouxe para a Vila Porto. Seus mestre-salas e porta-bandeiras, por exemplo, fizeram cursos na mocidade Alegre e seus harmonias na Unidos da Vila Maria.
Graças a seus contatos e conhecimento, desde o primeiro ano da volta passou a reciclar fantasias das escolas da capital, que estão fazendo a diferença a favor a Azul e Branco. Este ano, outras agremiações de Barueri vão seguir seu caminho graças a parceiras feitas em São Paulo.
Para contar a história do carnaval da cidade, a Oba Oba vai apresentar dez alas, bateria com 100 ritmistas, alegorias e três casais de mestre-sala e porta-bandeira. Cleyton afirma que o número de componentes deve chegar a 700, mais dos que nos carnavais passados. “Estamos buscando voltar ao padrão que já tivemos”, conclui.
Oba Oba – Desfila segunda-feira, 27/2, às 18 horas
Ensaios: sexta e sábados, das 18h30 às 22 horas. Rua Partenon, 110. Entrada grátis
Presidente: Cleyton Albuquerque
Diretor de bateria: Mestre Banha
Ala musical com intérprete Nenê Santos
Porta-bandeira: Elisãngela
Mestre-sala: Carlos Donizte (Galinha)
Enredo: Capenguei e lutei, quando rei, adormeci. Hoje, acordei pra te ver sorrir, viva seu carnaval, Barueri
Autores do samba: Wand Souza, Zeda do Cavaco, Zé Carlinhos, Ênio e Everaldo
(2x)
Capenguei e lutei, quando rei, adormeci.
Hoje, acordei pra te ver sorrir,
Viva seu seu carnaval, Barueri
Foi, na batucada em pleno futebol
Que começou a tradição dessa folia
Vamos exaltar, agremiações, quanto nostalgia
Salve seu Nini, que organizou o desfile oficial
Se foi, dona Cláudia nossa heroína
E lá do céu, vem chuva de confete e serpentina
(2x)
Vila Porto é meu lugar
Azul e branco, meu pavilhão
Voa águia e vai mostrar
Sou Oba Oba e pra sempre vou te amar
Cresceu, nossa semente germinou
E as crianças, nosso sonho eternizou
E assim, de coração a nossa juventude
Mostrou amor e muita atitude
Para o desfile não se acabar
Voltei, o samba agoniza mas não morre
Na vei de um sambista sempre corre
A alegria e a vontade de cantar