Vítima estava na porta de casa e foi levada inconsciente ao Sameb. Advogada afirma que pronto-socorro e polícia não tomaram medidas de proteção adequadas
Uma moradora de Barueri teve o braço quebrado em cinco lugares ao ser agredida pelo ex, na noite de 17/6. A vítima tem um filho com o agressor e decidiu terminar a relação quando ele começou a apresentar comportamento abusivo. A vítima estava conversando com um amigo em frente à própria casa quandoo agressor, o ex, a viu e decidiu agredi-la.
Segundo Raquel Fernandes Silva, advogada da vítima, que a representa em questões de pensão alimentícia, o agressor não aceitava a separação e vinha ameaçando a jovem, até que levou as ameças às vias de fato. “Agora ele a viu conversando com um amigo e quase matou ela.” Ferida e inconsciente, ela foi levada ao Pronto-Socorro Central de Barueri (Sameb), onde recebeu atendimento médico.
Mas, segundo a advogada, o procedimento adotado no Sameb e no Francisco Moran, onde ela passou por cirugia para que fossem colocados pinos, na tentativa de reparar as fraturas do úmero, foi totalmente inapropriado. “Lá, nem fizeram o boletim de ocorrência. Como uma cidade como Barueri não tem uma assistente social para um caso desses? Ela está hospitalizada e sendo ameaçada”, afirma.
As ações que a advogada cobra são as determinadas com a mudança na lei Maria da Penha, que em 20/4 determinaram que as medidas protetivas de urgência sejam concedidas no momento da denúncia da mulher à polícia, tendo ou não boletim de ocorrência, inquérito policial ou ação na Justiça. Ainda de acordo com a advogada, o hospital não deu apoio nenhum e a polícia também não tomou as medidas cabíveis para a situação. “Uma mulher entra no hospital desacordada, com o braço quebrado em cinco partes e ninguém faz nada? Como assim?”, questiona a defensora.
Diante do caso, em que não foi possível nem mesmo localizar o boletim de ocorrência, já que a vítima, mãe de dois filhos, é sozinha na cidade e continua sendo ameaçada, a advogada pediu, com urgência, uma medida protetiva, seguindo os protocolos legais para tentar manter o agressor distante dela, e que ele seja indiciado nos crimes de ameaça, tentativa de homicídio, injúrias e difamação.
Após o pedido de medida protetiva urgente, feito pela advogada, o Ministério Público, segundo a defensora, deu parecer favorável e ela espera que a Justiça aceite o pedido. “O fato é que o agressor está fazendo constantes ameaças de morte (…), o que quase
conseguiu desta vez, alegando inclusive, que comprou um revólver para ‘resolver a situação’ e que seu ‘irmão que é do PCC'”, diz o pedido de proteção.