quinta-feira, novembro 21, 2024
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MP encerra negociações e vai pedir na Justiça fim do contrato da ViaMobilidade

por: Redação

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Promotoria afirma que já teve muitas conversas com a empresa, recebeu a promessa de melhorias, mas que os problemas não se resolveram

O Ministério Público (MP) estadual decidiu encerrar as negociações com a ViaMobilidade e vai acionar a Justiça para pedir a rescisão do contrato da empresa com o governo do estado. O órgão vem discutindo com a companhia desde o fim de 2022 para encontrar soluções para os problemas que os passageiros enfrentam quase que diariamente desde que a empresa assumiu a gestão das linhas de trens urbanos 8-Diamante e 9-Esmeralda, antes sob responsabilidade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)..

Não vamos assinar qualquer tipo de acordo com a ViaMobilidade, porque nós já tivemos muitas conversas e eles disseram que iam resolver os problemas e não resolveram”, disse o promotor Silvio Marques em entrevista concedida na quinta-feira, 30/3, à Empresa Brasil de Comunicação (EBC). “Infelizmente, vamos ter que tomar as providências necessárias visando à extinção desse contrato”, afirmou, ao comentar o mais recente descarrilamento, ocorrido na própria quinta entre as estações Barra Funda e Júlio Prestes.

Desde que a ViaMobilidade assumiu as duas linhas, os problemas se repetem, da precariedade no serviço, como constantes atrasos, paralisações por problemas de energia e grandes intervalos entre os trens, até falhas estruturais, como incêndio em vagões, acidentes com funcionários e choques de composições.

Além disso, há os descarrilamentos. O MP considera que o de 30/3 foi o sexto, mas tem informações de funcionários de outros quatro que não foram noticiados pela imprensa, o que daria dez acidentes do tipo. “Nós não podemos ficar esperando que um acidente grave ocorra com morte de pessoas”, diz o promotor. “Descarrilamentos são graves e não são comuns em lugar nenhum do mundo, não há explicação razoável”, conclui.

No relatório que conclui pelo pedido de fim do contrato, o MP listou problemas não resolvidos como dormentes de madeira em estado de decomposição e sem pregos de fixação e trilhos desgastados e sem a devida fixação nos dormentes. A falha dos aparelhos de mudança em mau estado de conservação provocou os dois últimos descarrilamentos, em 19/3, em Itapevi, e o da quinta-feira desta semana.

A ViaMobilidade disse que vai esperar a manifestação da Justiça para se defender. A empresa afirma que já investiu R$ 1 bilhão dos R$ 3,8 bilhões previstos no contrato, que prevê a compra de 38 novos trens.

O governador Tarcisio de Freitas já se manifestou contrário à rescisão entre o estado e a ViaMobilidade. Após reunião com a direção da companhia, em 28/2, ele afirmou que confia nos esforços que a empresa vem fazendo e explicou que os aperfeiçoamentos necessários para atingir a qualidade esperada no serviço exigem tempo.

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