Nana fala sobre a conduta cristã e a visão própria do ‘Deus de uma incrédula’
Sou ateia. Não acredito em um Deus. Em nenhum Deus. Nem em força superior, inferior ou dos lados. Certa vez ouvi uma frase que salvo engano é da cultura islâmica: “Deus fez os que creem e os que não creem”. Pois bem, se ele existe quis que eu pertencesse a segunda turma.
Já tentei me induzir à arrumar um Deus pra mim. Depois de “velha”. Fui bater tambor, fui desmaiar com passagem do Espírito Santo, receber passe… Nada! Tenho que me aceitar assim: Incrédula!
Quando era pequena tinha um medo de Deus do caralhoooo! Se eu fizesse algo que ele não gostasse ele iria se vingar. Eu iria para o inferno! Quantas e quantas vezes minha mãe usou a figura Divinal para cerceamento!
Sonhava muito com o inferno e eu lá naquela porra tentando explicar que eu não era tão má.
Se eu colava na escola já pensava na minha mãe descobrindo, os olhos de louco que ela fazia – os Pequinis faziam aquele olhar! GELAVA A ALMA… trancava o cu.
Era o medo de não ser digna do amor materno. Não merecer a roupa e o gasto com comida. Um ser infame que pensava “coisas” igualmente infames.
Assim tive minha infância e adolescência controlada por esse Deus particular que minha mãe desenhava e materializava para mim.
Dado momento, pequei! Pequei gostoso. Nada aconteceu. Nem o chão se abriu e nem tive peso na consciência por isso. Como se pode ter peso na consciência quando você faz algo que te agrada conscientemente? Realmente impossível.
Meu Deus vigilante dos bons costumes e punidor deixou de existir e deu lugar à um Deus que me exige mais consciência de mim mesma: Eu! Eu e minha relação com o mundo. O cuidado de existir. O certo e o errado pela simples razão de fazer o que é correto para mim e para os outros. Não existo e não vivo para fazer o que um Deus deseja. Faço para o meu bem e do meu próximo. As vezes deixo de fazer o que eu quero pelo bem do próximo. E lógico…quando posso e acho que não afetará a ordem universal faço o que quero e foda-se o gatinho!
É meus amigos…porque eu estou escrevendo isso?
Talvez eu queira dar uma lição…existe uma moral?
Não sei. Eu fiz porque o quis!