Juíza acata pedido da CCR e veta ocupação das rodovias por moradores do Parque Imperial, que protestariam por mais acessos ao bairro
A Justiça proibiu a manifestação de moradores do Parque Imperial no Rodoanel e na Castelo Branco, programada para a manhã desta sexta-feira, 1º/7. A juíza Renata Bittencourt Couto da Costa, da 4ª Vara Cível de Barueri, acolheu pedido feito pela concessionária CCR (Viaoeste), responsável pelas duas rodovias, que alegou riscos para manifestantes e motoristas. Em caso de descumprimento, a liminar determinava multa de R$ 200 mil para os responsáveis pela mobilização.
O ato foi programado para protestar contra a falta de acesso ao Parque Imperial, agravada pelo deslizamento da encosta da avenida Chico Mendes, ocorrido no início do mês. O acidente reduziu a única entra ao bairro a uma única faixa de rolamento. Além disso, os manifestantes reivindicam uma segunda forma de acesso ao local.
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Os moradores se concentraram a partir das 5h30 em frente à praça de esportes, na entrada do bairro. Eles portavam faixas, cartazes, cornetas e apitos e eram saudados pelos motoristas que passavam com toques de buzinas e palavras de apoio. O plano era iniciar a passeata às 7 horas, mas por volta das 6h30 um oficial de Justiça procurou os líderes do movimento e comunicou a eles a decisão da magistrada.
Durante cerca de uma hora, manifestantes e oficiais das polícias Militar e Rodoviária negociaram os termos do ato. Os policiais insistiam no cumprimento da liminar que impedia o fluxo de pessoas nas faixas, acostamentos e áreas vizinhas da Castelo e do Rodoanel. Ao final, os moradores decidiram cancelar a manifestação e discutir outras formas de protesto.
Eles se queixaram de que a decisão judicial afirma que qualquer ato deve ser comunicado antecipadamente às autoridades. Entre os presentes circulavam cópias de ofício enviado à Secretaria de Segurança Pública do Estado e protocolado em 24 de junho, informando sobre a manifestação, seus motivos e o roteiro. O mesmo ofício foi enviado durante esta semana ao prefeito Gil Arantes, ao presidente da Câmara, Sebastião Carlos do Nascimento, e à Secretaria de Assuntos de Segurança do município, responsável pela Guarda Municipal e pelo Demutran.
Mais rachaduras
No local onde houve o deslizamento há pouco menos de um mês, as rachaduras têm aumentado nas calçadas. Elas já atingiram o ponto final da passagem que foi abalada. Uma referência dos moradores é um poste que fica logo após o fim da construção, no sentido de quem sai do Imperial, onde a calçada já dá sinais de comprometimento. “Foi assim que começou o processo que acabou com o deslizamento”, conta Maria de Lourdes, moradora do bairro. “A cada dia a rachadura abria um pouco e ficava mais comprida, até que desabou.”
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