Familiares de pessoas que tiveram tratamentos interrompidos alegam ter ouvido dos próprios médicos que vários serviços não seriam mais realizados
O Hospital Municipal Francisco Moran (HMB) nega denúncia mostrada pelo Barueri na Rede publicada em 8/8, de que tratamentos oncológicos tenham sido encerrados. Em nota enviada ao jornal, o hospital diz que mantém o serviço de quimioterapia e que “apenas em alguns casos pacientes podem necessitar de tratamentos ou procedimentos adicionais que ultrapassam a capacidade de resolução do HMB”.
A resposta do hospital foi enviada ao BnR cinco dias após o site ter enviado um email pedindo explicações sobre as queixas dos pacientes e só depois que a reportagem foi publicada.
Ouvidos pelo jornal após o recebimento da nota, os pacientes reafirmaram ter ouvido dos próprios médicos que seus tratamentos seriam interrompidos e os casos iriam parar na fila de espera do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), sem prazo de atendimento. Sobre esse ponto, o comunicado do HMB afirma que não tem ingerência sobre agendamento ou disponibilização de vagas ou consultas em outras instituições.
O hospital diz que os casos mais complexos são enviados à Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross). Trata-se de um serviço do governo estadual que organiza a distribuição dos recursos públicos de saúde de acordo com a necessidade e a disponibilidade.
Esse encaminhamento sempre foi feito pelo HMB. O que os pacientes dizem agora é que não apenas os casos complexos são encaminhados ao Cross, mas até procedimentos simples, como exames fundamentais ou tratamentos importantes, como a quimioterapia. Isso explica as afirmações de médicos de que a oncologia acabou no hospital.
Depois de publicada a primeira reportagem, outros pacientes procuraram o BnR para dizer que passavam pelos mesmos problemas citados na matéria anterior, como falta de material para realização de exame de contraste, fundamental para a continuação do tratamento. Um deles afirmou que teve que procurar atendimento para um parente em outra cidade por conta própria após ter sido abandonado pelo HMB.
A falta de produtos elementares para tratamento de câncer não é uma novidade no hospital. Em 2018, o Barueri na Rede publicou reportagem relatando que uma mulher denunciou nas redes sociais que sua quimioterapia havia sido suspensa por falta de produtos. Houve grande mobilização popular e só depois disso a prefeitura anunciou que resolveria o problema.
Leia abaixo a nota do HMB na íntegra:
O Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran (HMB) emprega todos os esforços necessários para realizar o diagnóstico precoce de câncer, permitindo que os pacientes realizem seu tratamento no próprio Hospital ou em uma unidade especializada referenciada. Sendo assim, não procede a informação de que o serviço foi interrompido.
O HMB oferece à população uma série completa de cuidados em Quimioterapia e Oncologia. Em alguns casos, porém, alguns pacientes podem necessitar de tratamentos ou procedimentos adicionais que ultrapassam a capacidade de resolução do HMB. Nessas situações, os pacientes são encaminhados para unidades de referência por meio do Cross.
Vale destacar que o HMB não possui ingerência sobre o agendamento e/ou disponibilização de vagas ou consultas, cabendo à unidade solicitante o preenchimento das informações e documentos necessários para continuidade do tratamento. O Cross é um serviço do governo estadual e qualquer vaga solicitada fora dos equipamentos municipais devem (sic) ser repassadas ao Cross.
Que vergonha. Meu sobrinho precisou de um médico neurologista na pandemia. Pergunta se a médica que atendeu ele no começo estava disponível? Não! Um dos maiores orçamentos do Brasil, Barueri não tem competência pra cuidar do povo, principalmente os mais pobres. Vergonha, descaso. Enquanto isso, os políticos da cidade que deveriam fiscalizar, seguem calados, são frouxos ou não ligam pro tema?