Numa noite impecável em que todo o time esteve bem, o Hinode faz 3 a 0 no Curitibano e encerra campanha perfeita

A noite foi perfeita. Ginásio lotado, torcida entusiasmada e grandes atuações individuais. Como consequência, o Hinode/GRBarueri atropelou o Curitibano na final da Superliga B nesta segunda-feira, 10/4, no ginásio José Correa, levou o troféu e garantiu seu lugar na elite do vôlei brasileiro para a próxima temporada. O placar foi um incontestável 3 sets a 0 com parciais de 25-10, 25-11 e 25-20. A vitória encerra uma campanha intocável, com nove vitórias em nove jogos, 27 sets ganhos e apenas dois perdidos.
Após o jogo, as jogadoras explicaram que a total supremacia sobre as paranaenses foi resultado de muito treino, estudo das adversárias e concentração. Desta vez, nem aquele início irregular das outras partidas aconteceu. O time esteve focado desde a primeira bola.

Como resultado, a comandante Érika nem parecia estar tratando uma contusão, Dani Terra levantou a torcida várias vezes com defesas inacreditáveis, Sara bombardeou a quadra adversária durante todo o tempo no ataque e sacando. Vivi e Fê Ísis foram implacáveis. Mas nada se compara aos levantamentos milimétricos e saques mortais de Ana Cristina nem à partida impecável de Suelle, com 16 pontos, aces, bloqueios e total predomínio na segunda bola. Rosane e Tainara, que faziam o rodízio com Sara e Ana Cristina, também mantiveram o alto rendimento da equipe.
Presente e futuro
O primeiro set já foi uma amostra do que seria a decisão. Inspirada, Ana Cristina fez a alegria de Sara, que desequilibrou a partida. Na segunda parte, o Curitibano ameaçou dificultar, começou defendendo melhor, mas foi só o GRB forçar o jogo e os erros das paranaenses apareceram. No terceiro set, tudo ia igual até que, com a proximidade do fim, houve um relaxamento provocado pela ansiedade e o Curitibano encostou no marcador em 17-14. Foi só. O foco voltou e o título veio naturalmente.
Ainda na quadra, o momento era de fazer um balanço e começar a projetar o futuro. A capitã Érika destacou a unidade do grupo. “Nós formamos uma família e fizemos por merecer o título”, disse. “Elas ficaram quase dois meses jogando e treinando sem salário, acreditaram na proposta e hoje merecem todas as homenagens”, afirmou o técnico José Roberto Guimarães.

O resultado da dedicação apareceu na final. “Estudamos muito o adversário, entramos focadas, não podíamos dar chance de elas saírem na frente e a gente ter que correr atrás”, disse Suelle. Um dos problemas do Barueri na maioria dos jogos foi começar desligado e permitir que o oponente saísse na frente. “Não deixamos que elas entrassem no jogo, forçamos o saque desde o início e controlamos a partida”, explica Ana Cristina, que teve nesta segunda-feira seu melhor desempenho na competição. “Na semifinal eu entrei ansiosa, errei muito no começo”, disse. “Tomei como lição, me preparei melhor e hoje fui bem.”
Próximos passos
Terminado o primeiro desafio, agora o técnico José Roberto Guimarães começa a planejar os próximos passos. “Nosso lugar na próxima Superliga está garantido, esse time cumpriu sua missão, agora temos que pensar no campeonato paulista que começa daqui a um mês”, afirmou. “E também temos que viabilizar a entrada de recursos. A Hinode já antecipou que pretende continuar, então vamos conversar para manter a parceria.”

O treinador agradeceu a todos que apoiaram a iniciativa e elogiou o público. “Eles nos deram muita força e a participação hoje foi linda”, afirmou. Mas não deixou de destacar também que o projeto é amplo e inclui o trabalho de base com as categorias inferiores. “Queremos fazer de Barueri um polo formador de jogadores de alto nível”, disse. “Nossa região é muito rica em material humano e temos que criar oportunidades para os jovens talentos.” Além disso, o treinador destacou que considera o esporte, antes de mais nada, um formador de cidadãos mais preparados para aproveitar as oportunidades da vida.