Servidores iniciaram paralisação nesta segunda. Reajuste é principal reivindicação. Prefeito Gê diz que greve é oportunismo do sindicato
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Os funcionários públicos de Jandira entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira, 11/4, depois que fracassaram as negociações em torno de uma pauta de reivindicações que apresentaram à prefeitura. Os servidores fizeram duas passeatas pelo centro da cidade, uma de manhã e outra à tarde, e prometem repetir as manifestações diariamente enquanto durar a paralisação. Durante a manhã, houve uma confusão diante do gabinete do prefeito e um segurança chegou a sacar uma arma.
O funcionalismo decidiu entrar em greve em assembleia realizada na sexta-feira, após uma reunião entre o sindicato e os secretários municipais de Administração, Daniel Carnecine de Oliveira, e de Governo, Paulo Bittencourt. Esse encontro não chegou a nenhum acordo sobre os pedidos feitos pelos servidores.
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A principal reivindicação é o reajuste que deveria ter ocorrido em julho do ano passado e não houve. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Jandira (Sindserjan), a prefeitura já teria informado que esse ano não haverá repasse do dissídio novamente (leia abaixo a pauta completa do funcionalismo).
A greve foi autorizada pela Justiça e os servidores estão mantendo os serviços essenciais funcionando. Segundo José Henrique, presidente do sindicato, aderiram ao movimento trabalhadores das áreas de educação, saúde e obras. Os sindicalistas calculam que cerca de 500 pessoas participaram de cada um dos atos e acreditam que o movimento cresça com o passar dos dias.
Revezamento
As passeatas foram divididas em duas para facilitar o acesso do maior número possível de funcionários, segundo Alexandre Barros, diretor do Sindserjan, pois muitos servidores têm outros empregos em outras cidades. Dessa forma, é possível fazer um revezamento. A intenção do movimento é manter a estratégia todos os dias até que o prefeito converse com os representantes.
As manifestações saíram do ginásio de esportes pelas ruas do centro e caminharam até diante do gabinete.Os grevistas gritavam palavras de ordem, em geral contra o prefeito Geraldo Teotônio da Silva, o Gê. Havia muitas mulheres (principalmente professoras) e algumas levaram crianças.
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Na ato da manhã, houve um principio de tumulto quando um dos grevistas insistiu para usar o banheiro do gabinete. Ele foi puxado pelo braço por um segurança, que sacou uma arma e o ameaçou. O sindicalista Alexandre Barros e uma funcionária do gabinete acalmaram os ânimos. Um grupo de professoras disse que pretendia registrar um Boletim de Ocorrência sobre o episódio.
Segundo a direção do sindicato, essa é a quinta greve consecutiva dos servidores. Além do dissídio, os funcionários alegam que não recebem o quinquênio, cujo pedido está tramitando na Justiça, e pedem aumento do vale refeição (de R$ 140 para R$ 250 mensais) e revisão do plano de carreira. Também querem alterar a reforma administrativa que privilegiou os salários dos comissionados. “A reforma colocou os cargos do prefeito ganhando mais que concursados de 25 anos”, afirma Alexandre Barros.
Resposta do prefeito
O prefeito Gê publicou em sua página no Facebook uma carta aberta ao funcionalismo justificando a posição da prefeitura. Ele atribui a greve ao oportunismo do sindicato dos servidores. De acordo com o prefeito, a crise econômica atingiu as receitas do município e a concessão de um reajuste salarial agora não poderia ser honrada no futuro. “Se eu der aumento agora, até acabo com a greve, mas daqui a 2 ou 3 meses não vamos conseguir sequer pagar o salário em dia”, diz a carta.
Ele afirma ainda que em sua gestão foi criado um plano de carreiras que garantiu aumentos reais de salários a parte dos servidores. Diz ainda que em um plano de enxugamento cortou 220 cargos em comissão e extinguiu oito secretarias. Esse é justamente um dos pontos reclamados pelos servidores.
Gê finaliza dizendo que espera que a crise acabe logo para poder dar “o merecido aumento aos nossos funcionários públicos jandirenses”.
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As reivindicações do funcionalismo
A pauta de pedidos dos servidores é a seguinte: aumento real de 25%; cartão alimentação de R$ 250; antecipação da porcentagem de recomposição salarial a ser paga em junho; reavaliação dos planos de carreira; abertura de concurso público geral; equipamentos de segurança; regularização pela lei de hora-aula; vale transporte; vale cultura; regularização do adicional de insalubridade por meio de laudo; regularização de horas extras e desvio de função.