Constantes problemas seriam o suficiente para cancelamento da administração das linhas Esmeralda e Diamante. Empresa tem dez dias para responder
O Ministério Público (MP) de São Paulo deu prazo de dez dias para que a empresa ViaMobilidade, administradora das linhas de trem 8-Diamante e 9-Esmeralda, assine um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) comprometendo-se a cessar a continuidade dos problemas gerados aos usuários, reparar os danos ao direito coletivo e evitar uma ação judicial.
A inciativa do MP vem após uma série de falhas, problemas e acidentes nas linhas administradas pela concessionárias, que assumiu há quase um ano os trechos que atendem a zona oeste de São Paulo – entre eles, moradores de Barueri e região. O prazo para aceitação do TAC começa a contar na terça-feira, 18/10.
O promotor de Justiça Silvio Marques afirmou que o contrato pode ser rescindido pelo governo de São Paulo, ou por medida judicial via MP. “O serviço não está sendo prestado corretamente”, avaliou.
Segundo informações iniciais, a ViaMobilidade já deixou claro que “não vê motivo para assinar o TAC”, alegando que está à frente da administração das linhas há pouco tempo, apenas um ano. Caso o acordo não seja firmado, a empresa será acionada judicialmente.
Acidentes, problemas e insatisfação dos usuários
Um levantamento feito pela própria ViaMobilidade demonstrou que a insatisfação dos usuários é grande a só cresce, junto com o número de problemas enfrentados diariamente.
Segundo sondagem feita pelo Datafolha, a média de avaliação positiva, que era de 85%, caiu para pouco mais de 50%, entre 2021 e 2022, quando a concessionária assumiu o controle das linhas. A pesquisa contratada pela ViaMobilidade é uma obrigação do contrato de concessão e é avaliada pelo governo paulista como um dos indicadores de desempenho da empresa.
A ViaMobilidade já acumula quase R$ 10 milhões em multas por falhas. Somente em cinco meses, a empresa cometeu 19 infrações. A concessionária ainda não realizou nenhum pagamento porque está em um processo de recurso e análise pelo governo do estado. Alguns desses processos estão correndo há mais de sete meses.