Djefini Carvalho se preparava para o campeonato há dois anos e meio, mas performance foi afetada após ser diagnosticada com dengue
Por Ingrid Miranda
A atleta de karatê Djefini Rumie de Carvalho, de 30 anos, embarcou na última semana para o Japão para participar com uma equipe de cinco brasileiras do Mundial de Karatê, nos dias 9 e 10/11. Porém, após mais de dois anos de preparação para o campeonato, a performance da atleta foi prejudicada após passar mal durante uma luta, o que a desclassificou do mundial.
Ainda no Japão, Djefini conversou com o Barueri na Rede sobre o problema de saúde que prejudicou o desempenho. “Em julho de 2019 comecei a ter febres altas e fortes dores no corpo, mas, mesmo assim continuei a treinar, afinal, um atleta que não tem dores no corpo não treina (pensei eu no momento). Achei que era apenas uma gripe forte, e por isso, as dores só pioravam e eu não fiz o devido repouso por não julgar necessário na época”, conta.
A atleta lembra que pouco tempo depois veio o diagnóstico de dengue. “As plaquetas ficaram cada vez mais baixas, surgiram coágulos de sangue”. Após a recuperação da doença, ela diz que seguiu o sonho e viajou para o Japão mesmo sem autorização médica. “Sabia dos riscos que eu corria, mas arrisquei”, desabafa.
Djefini, que já treina há 24 anos, passou mal logo na primeira luta no Mundial de Karatê no Japão. “Desde que cheguei no Japão minha cabeça não parava de doer. Já subi para lutar com muita dor de cabeça e senti tontura. Me lembro que mal enxergava minha oponente, perdi a luta por pontos e graças a Deus não houve nada pior”, confessa a atleta.
Porém, como se não bastasse os riscos que Djefini enfrentou durante a partida, após perder a luta teve uma hemorragia. “Assim que a luta acabou senti a hemorragia. Fui socorrida pelos médicos do evento e após passar por cuidados médicos fiquei bem novamente. Mas digo, esse foi dos piores dias da minha vida, como atleta, nunca imaginei passar por isso”.
Djefini é considerada uma das maiores atletas da modalidade no Brasil. Essa foi a quarta vez que a lutadora participa do mundial, que classifica apenas campeões da fase sul americana, conquistada por ela em novembro de 2018. “Sou campeã mundial infantil, fui dez vezes campeã sul americana, 18 vezes brasileira e 17 vezes campeã paulista de karatê”, revela.
No Japão o campeonato mundial já foi encerrado, e os campeões foram atletas japoneses. “Lutar para mim sempre foi algo natural, e não ter o comando do meu próprio corpo foi inaceitável. Mas, agora é cuidar da minha saúde e me preparar para o próximo mundial daqui quatro anos”, afirmou.