quinta-feira, novembro 21, 2024
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Caso Anderson: depois de 16 dias de internação, de volta para casa

por: Redação

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A história, que tinha tudo para terminar em tragédia, ganhou um final feliz para o garotinho e a família

Na manhã desta sexta-feira, 8/9, a família do pequeno Anderson, de quatro anos, encerrou um episódio de 16 dias – quase 360 horas – de angústias e incertezas. Às 10 horas da manhã, Anderson Gabriel Gomes da Conceição teve alta do hospital onde ficou internado, em Taboão da Serra.

Anderson, depois da alta, já em casa com uma das irmãs/Fotos: Arquivo pessoal
Anderson já em casa com uma das irmãs/Fotos: Arquivo familiar

Ainda com dificuldade na fala, já em casa, no Jardim Mutinga, onde mora com a mãe e as duas irmãs, ele só quer saber de duas coisas: assistir televisão e tomar ‘o tetê’. A mãe, Neidinalva Gomes da Conceição, não tem dúvidas: ali está o seu milagre. “Depois de tudo que ele passou… horas de agonia, a dificuldade no atendimento, a cirurgia, o problema no pulmão, tantos procedimentos e o coma. A melhor coisa é ter ele aqui comigo, em casa”, contou ela ao Barueri na Rede. “Todas as orações que foram feitas por ele, sem dúvida ajudaram a gente nesse momento tão difícil. Só tenho a agradecer a todos que pediram pela recuperação do meu filho”, completou.

Pode até parecer exagero, ‘coisa de mãe’. Ou o acidente que ele sofreu também poderia ter sido somente ‘coisa de criança’. Nem um, nem outro. O problema acabaria se tornando muito mais grave. Na tarde de uma quinta-feira, 24/8, o garoto caiu de cerca de cinco metros de altura e foi levado ao pronto-socorro do Mutinga e foi levantada a hipótese de hemorragia cerebral. Dali, Anderson foi transferido para o Hospital Municipal de Barueri (HMB), onde ficou mais de três horas aguardando atendimento dentro da ambulância.

Entenda o caso

Das 356 horas entre o momento da queda e a alta médica, as primeiras cinco apontavam para um desfecho totalmente desfavorável para Anderson. Foi uma recusa atrás da outra. Recusa de atendimento, recusa de medicação e até mesmo recusa de um cilindro oxigênio para manter o garoto, que estava entubado e com suspeita de hemorragia cerebral, dentro da ambulância à espera de atendimento.

Anderson, depois do coma induzido, acordou com pequenas sequelas
Depois do coma induzido, menino acordou com pequenas sequelas

Entre o coma induzido, a perfuração no pulmão, a cirurgia neurológica e a sedação completa, o momento que mais marcou Neide, a mãe do garoto, foi o despertar no filho, ainda no hospital. “Eu ouvi um sussurro, bem baixinho: ‘mamãe’. Nesse momento soube que Deus tinha dado meu filho de volta pra mim”, lembra.

Apesar das leves sequelas, como um comprometimento no braço e problema com a fala, Anderson já aos quatros anos é um sobrevivente. Ele sofreu traumatismo craniano, teve uma pequena hemorragia cerebral, fratura no tórax, passou por uma cirurgia, precisou ser induzido a um coma por mais de duas semanas e durante a colocação de um cateter sofreu uma leve perfuração no pulmão.

Para Neide, a equipe do Pirajussara, no Taboão, foi uma segunda família para o filho
Para Neide, a equipe do Pirajussara, no Taboão, foi uma segunda família do filho durante a internação

Mas, tanto para a mãe, como para a tia, Neide, que desde o acidente acompanhou de perto a irmã e o sobrinho, o que importa é que ele está bem. “Acredito muito que Deus sabe o que faz. Meu filho foi tão bem atendido, tão cuidado e amado pela equipe do Pirajussara, que ele ganhou uma família lá”, conta.

Anderson deve voltar ao hospital que o recebeu no dia 19/9, para uma avaliação neurológica sobre a necessidade de fisioterapia e reabilitação. A respeito da recusa de atendimento do HMB, Neide diz que por ora quer se dedicar à recuperação do filho e cuidar também das duas filhas. Desempregada, ela trabalhava como cozinheira numa maternal. “Agora preciso primeiramente arrumar um novo emprego para cuidas deles. Mas não gostaria que o que aconteceu ficasse por isso mesmo”, afirma.

Questionada pelo BnR se alguém do HMB ou da prefeitura procurou por ela para oferecer ajuda ou prestar algum auxílio, ela revela que a única vez que ouviu falar do HMB nesses 16 dias foi quando o chefe da equipe médica do Hospital Pirajussara, em Taboão, a procurou querendo saber de uma possível transferência. “Faltavam dois dias para meu filho ter alta quando o chefe dos médicos veio falar comigo, dizendo que tinham ligado lá e falado que eu pedi a transferência do Anderson para Barueri”, contou. “Eu neguei. Nunca faria isso. Falei para o médico que era mentira, que eu não pedi nada. Nem que meu filho precisasse ficar mais 20 dias internado, por nada eu tiraria ele de lá e traria pra esse hospital”, revoltou-se.

Até o momento, nem a prefeitura nem a secretaria de Saúde responderam aos e-mails enviados pelo BnR sobre o caso de Anderson.

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