Amanda Santos teve o diagnóstico tardio. Outra morte, sob investigação, foi de uma criança de oito anos. Números mostram baixa adesão vacinal contra a doença

A cidade de Carapicuíba registrou duas mortes recentes em decorrência de meningite, um processo inflamatório das meninges, membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal. Entre as vítimas, uma criança, moradora do município, que estava internada no Hospital Regional de Osasco.
Alice Vitória, de oito anos, morreu na terça-feira, 28/6, com suspeita de meningite bacteriana. Ela estudava na escola estadual Ricardo Antônio Pecchio, na Vila Silviania, também em Carapicuíba, onde a direção colocou um aviso aos pais para que em caso de suspeitas da doença, procurassem atendimento médico urgente.
Outra vítima foi, Amanda Santos Silva, de 23 anos. Segundo o ex-companheiro dela, com quem tinha um dos dois filhos, ela vinha sentindo fortes dores no corpo e febre há algumas semanas, e chegou a procurar atendimento médico tanto no pronto-socorro de Barueri como no de Carapicuíba, e sempre ouvia que se tratava de uma virose. Medicada, Amanda apresentava uma leve melhora, mas voltava a ter o quadro de saúde piorado.
Com a situação, os familiares a levam para o Hospital Geral de Carapicuíba, onde foi finalmente internada, no dia 8/6, e tratada inicialmente de infecção intestinal forte. Dois dias depois, veio o diagnóstico de meningite. Amanda continuou internada mas no dia 21/6 morreu.
Tratamento e prevenção
Dependendo da causa, a meningite pode melhorar com o tempo ou pode ser fatal, necessitando de tratamento antibiótico urgente. No caso da meningite viral, não há tratamento específico, como acontece com outras viroses, o quadro acaba se resolvendo sozinho, apenas com medicação de suporte para amenizar os sintomas.
Já para a meningite bacteriana, caso que levou à morte de Amanda Santos, é mais grave e deve ser tratada imediatamente, em ambiente hospitalar. A única forma de prevenir as duas variações da doença é a vacinação, tanto em adultos como em crianças. Em 2022, a cobertura vacinal resgistrada mostrou baixa adesão, de 88% entre as crianças, abaixo do considerado ideal, de 95%. Na grande São Paulo, foram registrados 1.527, com 90 mortes.