sexta-feira, julho 26, 2024
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Carapicuíba é acusada de omissão em denúncia de violência doméstica contra chefe da GCM

por: Redação

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Esposa pediu socorro alegando ter sido agredida em casa. PM relatou ‘briga de casal’ e foi embora. Prefeitura diz que a vítima estava em “surto psicótico”

Um caso de suposta violência doméstica cometido pelo comandante da GCM de Carapicuíba tem revoltado agentes de segurança municipal da cidade. Em setembro de 2022, uma mulher acionou a Polícia Militar pelo número 190 relatando estar sendo agredida dentro de casa pelo marido, comandante da Guarda Municipal de Carapicuíba. O BnR teve acesso ao boletim de ocorrência da PM, conhecido como BO/PM, e nele consta que a vítima afirmava estar sendo agredida e que o agressor, o marido, estava armado.

BO/PM, com histórico da denúncia e conduta dos agentes de segurança

No documento há o relato de que a vítima afirmava estar com medo de ficar em casa: “Solicitante informa que o marido a agrediu fisicamente e ela está com medo de ficar com ele dentro da residência, pois ela informa que ele é GCM e tem uma arma de fogo em casa”. O BO/PM afirma ainda que a “equipe pelo QTG [endereço], NIL [nada] de agressão. Trata-se de um C04 [expressão utilizada entre policiais que significa louco, maluco] entre casal. Partes devidamente orientadas”.

Com isso, a ocorrência foi encerrada e nem a suposta vítima e nem o marido foram conduzidos à delegacia para mais esclarecimentos ou exames que descartassem a agressão ou confirmassem o surto. O caso não foi levado adiante e, segundo fontes ouvidas pelo BnR, isso poderia enfraquecer o papel da GCM na cidade, chefiada pelo suposto agressor, que tem uma equipe de atendimento às vítimas de violência doméstica, a Patrulha Maria da Penha.

Servidor atua como comandante inclusive da equipe que atua em casos de violência contra a mulher, a Patrulha Maria da Penha/Imagens: BnR

Procurada pelo jornal sobre uma eventual inadequação em manter a chefia após o ocorrido, a prefeitura de Carapicuíba respondeu que o caso trata-se de fake news e que o funcionário da GCM em questão “abriu boletim de ocorrência contra essas fake news, que estão espalhando a respeito dessa situação”.

Na nota enviada ao BnR, em resposta às questões sobre o que a prefeitura de Carapicuíba teria a dizer sobre os relatos; a administração municipal e a Secretaria de Segurança não veem problema em manter o comando sob um servidor que apresentou denúncia de violência doméstica; e se a situação foi investigada, a administração respondeu que “Infelizmente, a esposa do Comte sofre de depressão e outros transtornos mentais e, por estar passando por um momento difícil, teve uma crise mais forte nesse dia. Por isso, os policiais militares que compareceram ao local constataram que não se tratava de violência doméstica, mas sim um surto psicótico”.

A resposta da prefeitura termina afirmando que “mesmo assim, a Secretaria Municipal de Segurança abriu sindicância para apurar os fatos e ouvir todos os envolvidos, para que não haja nenhuma dúvida sobre o caso”, meses depois do pedido de ajuda feito pela mulher à Polícia Militar.

Fontes ligadas à Secretaria de Segurança de Carapicuíba, ouvidas pela reportagem, afirmam que o servidor nunca foi afastado até que os casos fossem esclarecidos e isso é claramente uma situação de omissão por parte do município. “O caso nem chegou a ser investigado pela corregedoria da GCM, o que é inadimissível. Isso seria o mínimo. É preciso ter isonomia e clareza, e deve valer para todos que atuam na segurança, principalmente para cargos de comando”, declarou uma das fontes à reportagem do BnR.

 

 

 

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