quinta-feira, abril 25, 2024
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Aos 93 anos, morre a Embaixatriz do Samba Paulista

por: Redação

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Dona Maria Esther fundou o Grupo de Samba de Roda de Pirapora e era uma referência na manutenção das tradições paulistas

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Dona Maria Esther manteve-se sempre ativa e recentemente participou de eventos sobre o samba rural/Fotos: Divulgação

Morreu nesta quarta-feira, 17/5, aos 93 anos, Dona Maria Esther de Carmargo Lara, conhecida como a embaixatriz do Samba Paulista. Ela foi uma das fundadoras, nos anos de 1940, do Grupo de Samba de Roda de Pirapora do Bom Jesus.

O grupo, que ficou conhecido em todo o país como Batuque de Pirapora, tornou-se uma referência na preservação do samba paulista original e da cultura popular do estado. Ele manteve as tradições do estilo que se tornou conhecido como samba de bumbo, também chamado de samba de roda, samba paulista, samba caipira ou samba rural.

O samba de bumbo é conhecido há mais de 200 anos. Teria surgido no Mato Grosso, de onde migrou para Minas Gerais e, depois, São Paulo, no século 19. No início dos anos 1980, o samba de Pirapora foi homenageado em Barueri num desfile da escola de Samba Unidos do São Jorge.

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Grupo Samba de Pirapora nasceu nos anos 1940

Foi essa tradição centenária que Dona Maria Esther ajudou a preservar durante toda a sua vida. A embaixatriz costumava contar que em Pirapora brancos não participavam das festas de negros, mas quando menina, ela ia mesmo assim. Ao voltar para casa, tomava grandes surras do pai e tinha que ser socorrida pela mãe. Até que teve idade para sair de casa e foi morar em São Paulo.

Logo conheceu os locais de encontro de sambistas. Integrou várias escolas paulistanas, como a pioneira Lavapés, que ajudou a fundar, e a Vai-Vai, que frequentou por mais de 30 anos. Lá, tornou-se amiga de Geraldo Filme, baluarte do samba de São Paulo, compositor e estudioso das tradições africanas, que em homenagem à Embaixatriz compôs Samba de Pirapora (ouça aqui o samba de Geraldo Filme).

Ela foi casada com José Vaz de Almeida com quem teve três filhos. Costumava brincar dizendo que um pai de santo previu que iria viver até os 100 anos. Uma de suas frases preferidas era “idade não regula, o que importa é o rebolado”. Assim, foi exemplo de vida até os 93 anos.

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