Desde que empresa assumiu controle das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, passageiros passaram a conviver rotineiramente com todo tipo de problema

A concessão da ViaMobilidade para administrar as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda do sistema de trens metropolitanos está completando dois anos, mas o usuário não tem o que começar. Desde 27/1 de 2022 a empresa acumula reclamações, falhas e acidentes.
Nesse período, o passageiro teve que lidar com descarrilamentos, incêndios, demora nas estações, lentidão no trajeto, paradas imprevistas, falhas elétricas, portas abertas e plataformas abarrotadas. Cenas de pessoas caminhando pelos trilhos de tornaram comuns.
O contrato de concessão de 30 anos prevê que a empresa fique responsável pela operação das linhas e tudo o que se relaciona a elas, como compra de novos trens, acessibilidade e segurança e por todas as 40 estações que compõem os dois trajetos.
Segundo levantamentos, quando a CPTM ainda operava as linhas, aconteceram 7 falhas em 2020 e 19 em 2021. Em 2022 quando a ViaMobilidade assumiu, os números saltaram para 132 falhas. No ano passado, os números diminuíram, mas ainda são altos: 94 registros.
As duas linhas são ligações metropolitanas importantes da capital e da Região Metropolitana e diante do cenário de precariedade, em agosto de 2023, a empresa teve de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP), em que se comprometeu a melhorar o serviço investindo R$ 636 milhões em melhorias e assumindo o pagamento de uma indenização, que foi convertida em obras e serviços, como a construção de seis escolas e de um centro esportivo no bairro paulistano do Grajaú, entre diversas medidas, que somam 22 no total.
A empresa também foi multada depois de um acidente na estação Júlio Prestes, pela morte de um colaborador durante uma manutenção, por atrasos na operação e pela abertura de portas indevidamente, causando riscos aos usuários.
No próximo mês o MP verificará se a ViaMobilidade está cumprindo as medidas previstas no acordo, como a troca de 30 quilômetros de trilhos e de 15 mil dormentes, a compra de 36 trens, a reforma de estações e a compra de mais de mil aparelhos de ar condicionado.