Entre as irregularidades, Tribunal de Contas do Estado confirmou que as unidades não tem laudo dos bombeiros
Por: Caroline Rossetti
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) realizou a V Fiscalização Ordenada em 300 hospitais, UPAs e UBSs de todo o estado na terça-feira, 25/6. Em resposta ao Barueri na Rede, o órgão estadual informou que o Pronto-Socorro Central, Adulto e Infantil (Sameb), e o Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran (HMB) passaram pela vistoria.
A ação levou em conta a satisfação dos pacientes, as condições de limpeza e acessibilidade dos ambientes, o controle da jornada de trabalho de funcionários e o armazenamento de medicamentos entre outros itens.
O laudo completo da operação, enviado pelo TCE ao BnR, apontou irregularidades encontradas no Sameb e no HMB, que são administradas pela prefeitura. O relatório afirma nenhum dos locais têm o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), mas que o pedido já foi feito à Secretaria de Saúde municipal. No ano passado, o BnR fez o levantamento de todos os prédios públicos que não têm o documento (leia mais).
No Sameb, a fiscalização constatou que o tempo médio de espera na recepção é de 25 minutos e a espera para passar com um médico pode chegar a 150 minutos, ou seja, duas horas e meia. Também foi ressaltado que 40% do atendimento diário é realizado a pacientes de municípios vizinhos e que a escala de funcionários não está visível para o público.
Na visita, foram encontrados comprimidos de Baclofeno, um relaxante muscular, com prazo de validade inferior a 30 dias, além de equipamentos quebrados em manutenção e outros aguardando ser substituídos por novos. Também foi constatado que o laudo de potabilidade da água utilizada no Sameb ainda não foi feito, já que uma limpeza foi realizada recentemente e a unidade está aguardando o assentamento dos resíduos para concluir o processo.
No HMB, o TCE afirmou que o tempo médio de espera na recepção e para o atendimento médico é de cinco minutos, cada. No local, a escala dos médicos estava acessível aos pacientes, porém, a tabela estava desatualizada.
Foi constatado, também, que o hospital não faz o atendimento de casos de suspeita de dengue, zika, chikungunya e febre amarela, como ocorre no Sameb. Assim, os pacientes recebem guias e são encaminhados para outras unidades de saúde.
Segundo os dados gerais divulgados pelo TCE, dos 300 locais vistoriados em todo o estado, 78% não tinham laudo dos bombeiros e 43,10% das unidades tinham medicamentos com prazo de validade inferior a 30 dias. Com relação aos equipamentos em desuso, 37% dos hospitais apresentaram o problema.
O BnR entrou em contato com a prefeitura para saber qual o posicionamento sobre as vistorias realizadas no Sameb e no HMB, mas, até o fechamento desta reportagem, não recebeu resposta.