Economista manteve o carro diante de casa por mais de 40 anos e inspirou lendas urbanas

Morreu nesta segunda-feira, 19/11, aos 74 anos, o economista Roberto Barbosa da Cunha. Ele nasceu em São José dos Campos em 16 de novembro de 1944 e vivia em Barueri desde os oito anos de idade. Roberto, que sempre foi muito retraído, ficou conhecido por ser o proprietário do automóvel Opala que ocupou a frente de sua casa, na rua Duque de Caxias, no centro, por mais de 40 anos.
A história do carro começou nos anos 1970, quando o economista precisou comprar um veículo para levar o pai enfermo ao médico. Após a morte do pai, o veículo ficou encostado, pois Roberto não gostava de dirigir. De tempos em tempos, ele pedia para o Nelsão, borracheiro ali na própria Duque, ajudar a fazer uma “chupeta” para acionar o motor do Opala, e então rodava por alguns quilômetros apenas para manter o automóvel em atividade. Até que um dia, abandonou essa prática e o carro começou a deteriorar.
Durante quatro décadas, o Opala intrigou gerações que queriam conhecer sua história. O dono, porém, não gostava de tocar no assunto e chegou a recusar várias propostas de compra. Enquanto isso, as versões iam se multiplicando, mas jamais o proprietário fez questão de esclarecer. Se Roberto era tímido, o Opala virou uma lenda urbana. Recentemente, foi recolhido por razões de saúde pública, já que era um viveiro de Aedes aegypti em potencial.
O economista trabalhou por 26 anos na Cimaf, em Osasco. Depois que se aposentou, passou a levar uma vida pacata. Costumava conversar com os vizinhos na rua, nunca em casa. No começo de setembro sofreu um infarto. Desde então permaneceu internado no Hospital Municipal de Barueri, onde morreu na segunda-feira. Roberto vivia apenas com a irmã Celina e não deixa filhos. Seu sepultamento estava previsto para a tarde desta terça-feira.