Desde que soube da ossada encontrada no centro de Barueri, Isaura não teve mais uma noite de sono
No fim da manhã do sábado, 2 de março de 2007, Isaura convenceu-se de que algo havia acontecido com a filha, Simone, que não dava notícias desde as 20 horas da noite anterior, quando saiu do trabalho dizendo que ia dar uma volta pelo centro da cidade. Simone nunca havia feito aquilo, sempre contava onde estava e o que fazia. A partir dessa conclusão, ela iniciou sua busca pessoal e ininterrupta pela filha que durou onze anos.
O primeiro passo foi registrar o desaparecimento na Delegacia de Polícia de Barueri e percorrer hospitais e pronto-socorros. Foram dias de angústia e frustração. Depois, iniciou uma peregrinação que incluiu as delegacias de Alphaville e Carapicuíba num primeiro momento. Estabeleceu a rotina de voltar frequentemente a cada repartição policial.
Sem obter respostas, recorreu ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que também registrou sua história. Foi orientada então a procurar a unidade regional do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que à época ficava em Santana de Parnaíba.
A cada notícia que via, cada informação que recebia ou suspeita que lhe contavam, procurava as autoridades policiais. Muitas vezes foi ouvida com atenção, recebeu apoios que resultaram em operações policiais. Mas também escutou em muitas ocasiões que não se podia investigar um homicídio se não houvesse um cadáver.
Até que ela foi se convencendo que não encontraria mais a filha viva. No entanto, sentia necessidade de pôr um fim à história do assassinato. Por isso, segundo ela, não dormiu mais direito depois que soube do encontro da ossada no centro da cidade.
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