Incidente ocorreu na Favela do Moinho, que fica entre o terminal Barra Funda e as estações Júlio Prestes, da ViaMobilidade, e Luz, da CPTM
Um tiroteio na Favela do Moinho, na região central de São Paulo, obrigou passageiros de um trem da CPTM a se atirar no solo para se proteger. O incidente ocorreu por volta das 9 horas de sábado, 24/8.
A composição da linha 7-Rubi trafegava em velocidade reduzida após sair da estação Barra Funda na direção da Luz quando as pessoas começaram a ouvir o barulho dos disparos. A reação foi se agachar para evitar ser atingidos caso algum tiro passasse pelas janelas do trem.
Os momentos de tensão duraram até a composição passar totalmente pelo local. Não há informação sobre a origem e a causa dos tiros. Em resposta do Diário dos Trilhos, a CPTM afirmou que não tinha registro de disparos de arma de fogo ou ação policial em algum trem naquele trecho.
A comunidade do Moinho está localizada no meio de um terreno que fica vizinho das linhas 7-Rubi, da CPTM, e 8-Diamante, da ViaMobilidade e já foi alvo de inúmeras operações policiais para coibir a criminalidade na região. Ela é a última favela do centro de São Paulo e ocupa uma das áreas mais valorizadas da cidade, entre os bairros de Campos Elíseos e Bom Retiro.
Trata-se de uma ocupação que tomou as instalações do Moinho Central, inaugurado em 1949, que produziu farinha de trigo até década de 1980, quando foi desativado e passou a ser ocupado por famílias. Há pelo menos 30 anos, é alvo de disputas judiciais pela sua desocupação e posse.
O local frequentemente é alvo de ações policiais. Dois dias antes do tiroteio que assustou os passageiros, seus moradores realizaram um ato na região central protestando contra a possível desapropriação da área.