Direção estaria descumprindo promessas feitas na semana retrasada: mais transparência no diálogo e informar itens e valores do pacote educacional
Pais de alunos da Fundação Instituto de Educação de Barueri (Fieb) consideram que a instituição, na figura de seu superintendente, Luis Antonio Ribeiro, tem adotado uma postura de fazer o tempo passar para impor seu modelo de material escolar para 2022.
De acordo com eles, o dirigente descumpriu duas das promessas que fez na semana retrasada, em comunicado aos pais: a de ter mais transparência no diálogo com eles e informar itens e valores do pacote educacional e a de promover uma reunião com uma comissão de pais na semana passada para discutir o assunto.
As queixas de mães e pais têm o mesmo teor. “As aulas começam semana que vem e nada foi discutido até agora”, explica uma mãe. “Está exatamente tudo como quando começou esse debate, a Fieb impõe seu modelo sem discussão e as promessas do superintendente não passam de jogo de cena.”
“Ele apenas liberou a lista de materiais, porém, alguns itens ainda vieram sem seus valores unitários e discriminados como bonificações”, explica um pai. “Ou seja, nos obrigando a adquirir a plataforma digital e ser “contemplados” com os livros”, resumiu outro, ouvido pelo BnR. Ainda de acordo com os familiares, a decisão da fundação de suspender a venda dos kits até que as dúvidas fossem sanadas também nunca entrou em prática. “O material continua sendo vendido normalmente”, afirma uma mãe.
À espera do MP
A expectativa dos familiares agora é a manifestação do Ministério Público (MP), que deu dez dias de prazo à Fieb para responder a uma série de dúvidas levantadas por pais e mães de estudantes. “Vamos esperar a manifestação da promotoria antes de tomar qualquer decisão”, explica outra mãe. “Apesar de termos ficado um pouco frustrados com os termos do MP, muito genéricos e que também podem levar a lugar algum.”
Na quarta-feira, 2/2, a vereadora Tânia Gianlelli enviou ofício à superintendência da fundação pedindo explicações para as mesmas dúvidas. “Não me responderam até hoje, mas tenho certeza que vão responder “, afirma a vereadora. “Não pretendemos deixar a questão morrer”, conclui ela.
Em seu ofício, Tânia cita vários dados obtidos de uma pesquisa feita com 346 membros de famílias dos estudantes. Uma das conclusões do trabalho é que 44,5% dos responsáveis pelos alunos estão desempregados e 32,9% afirmam não conseguir arcar com os custos das plataformas online, mais caros do que os materiais pedidos em anos anteriores.
“O país sofre com uma das piores crises econômico-sanitárias de sua história”, afirma a vereadora. “E essa situação de vulnerabilidade ou baixa renda se agrava com o custo dos novos materiais pedagógicos adotados pela instituição.”