No primeiro semestre, foram registradas 344 mortes por policiais militares, enquanto no mesmo período de 2023 haviam sido 201
Conforme indicam dados do Ministério Público do Estado de São Paulo, as mortes provocadas pela Polícia Militar aumentaram 71% no 1º semestre de 2024.
No segundo ano da gestão do atual governador Tarcísio de Freitas, foram registradas 344 Mortes Decorrentes de Intervenção Policial (MDIP) entre os meses de janeiro e junho deste ano. No ano anterior, no mesmo período, foram registrados 201 casos.
O número mais expressivo se refere aos casos que envolvem policiais durante o serviço. Em 2023, houve 154 casos, sendo que em 2024, o número subiu para 296. Já para os casos que envolvem policiais militares de folga, a diferença é de apenas um caso: em 2023 houve 47 casos e em 2024, 48.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo se manifestou através de nota, alegando que as mortes somente ocorrem quando os criminosos reagem de forma violenta. Afirma, ainda, que para reduzir a letalidade policial, a pasta investe continuamente na capacitação dos oficiais, aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e em políticas públicas, e que todos os casos são investigados pela Corregedoria da PM, pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário.
O aumento no número de mortes ocorre num período de intensas discussões sobre a política de segurança pública do governo paulista. Um dos pontos mais controverso foi a decisão, depois revogada, do governador Tarcisio de Freitas de reduzir o uso de câmeras de segurança na farda dos policiais. A decisão ia contra política do governo federal e esteve a ponto de se tornar uma disputa judicial.
Também provocou polêmica a prática de operações policiais intensivas, como as que foram realizadas em bairros da cidade de Guarujá, no litoral, no primeiro semestre, que resultou em mais de 50 mortes.