Júlio Ferreira, vice-presidente da entidade, comunicou as escolas sobre cancelamento dos desfiles de carnaval
“O carnaval de Barueri não acabou.” Assim o vice-presidente da Liga das Escolas de Samba de Barueri (Liesb), Júlio Ferreira, abriu a reunião com integrantes das agremiações em que foi feito o comunicado oficial da proibição pela Justiça da realização dos desfiles de carnaval da cidade. O encontro foi realizado na tarde desta sexta-feira, 24/2, no ginásio José Correa, cerca de uma hora após a publicação da decisão judicial.
“Todos aqui sacrificaram suas famílias, seu trabalho, deram o que puderam durante meses, e nós não vamos desistir”, afirmou. “O carnaval de 2018 começa daqui um mês.” Ele simbolizou o sentimento de tristeza e revolta que se espalhou pelas 11 escolas quando a notícia se espalhou. “Jamais o nosso samba vai se calar”, afirmou Júlio. Ele realçou que, além de meses de trabalho, as escolas tiveram gastos. “Todos se esforçaram muito para oferecer um espetáculo bonito para o público”, disse.
Júlio apresentou os problemas apontados pelo Ministério Público que embasaram a decisão judicial. Ele informou ainda que houve uma última possibilidade de liberar o desfile, ainda na sexta-feira, que dependia da concordância da secretaria de Segurança do município. “Mas a secretaria optou por não aceitar”, disse ele
Estavam presentes ao encontro presidentes de seis escolas e integrantes de praticamente todas as agremiações. Sobraram críticas à administração municipal e ao prefeito Rubens Furlan, a quem os sambistas atribuíram o cancelamento do desfile. “Depois de tanta dedicação, isso é uma punhalada”, disse um sambista da Ganga. “Se fosse qualquer outro evento, liberariam, mas somos vítima de preconceito”, afirmou uma integrante da Engenho da Gente. “Que mal nós fizemos? Em dois anos, não houve briga, nenhum problema, isso é uma covardia”, desabafou uma componente da União das Vilas. “Isso é uma falta de respeito com a nossa cultura, com a nossa história”, completou.
O Barueri na Rede tentou ouvir a prefeitura sobre as críticas, mas não conseguiu contato com alguém que falasse pela administração.