Profissionais foram à prefeitura para levar pessoalmente ao prefeito suas reivindicações, que já haviam sido entregues ao secretário de Abastecimento
Um grupo de cerca de 60 merendeiras da rede municipal de ensino realizou um protesto diante da prefeitura nesta quarta-feira, 24/2, para exigir resposta a uma lista de reivindicações entregue à administração municipal no dia 17. Elas queriam ser atendidas pelo prefeito Gil Arantes mas não conseguiram. Receberam a informação de que serão recebidas na quinta-feira, 25/2.
Segundo as líderes do movimento, a manifestação foi realizada porque a prefeitura não teria cumprido a promessa de responder aos pedidos no prazo combinado, que seria sexta-feira, dia 19. Elas portavam a ata de uma reunião realizada dia 17 com o secretário de Abastecimento, Rubens Macedo Arantes, e uma cópia protocolada das reivindicações entregues a ele.
As merendeiras queixam-se de que vêm sendo desvalorizadas há anos. “Não é coisa desse prefeito ou do outro, são os dois”, diz uma das líderes do movimento. “Vários políticos já se aproximaram de nós com promessas, mas era só para fins eleitorais.” Elas dão como exemplo de abandono a questão salarial: dizem que há três anos não recebem reajuste. “Chegamos a ganhar quase quatro salários mínimos e hoje recebemos R$1.073 (cerca de 1,2 salário SMs).”
As “tias da merenda”, que são cerca de 850, começaram a se organizar pelo Whatsapp, pois estão espalhadas pelas diversas regiões da cidade. Hoje, têm pelo menos dois grupos no aplicativo, um com 250, outro com 200 membros. Elas também mantêm uma página no Facebook, a Mãos Que Alimentam Barueri, em que postam novidades sobre o movimento.
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Ontem, a ideia era serem recebidas pelo prefeito Gil Arantes. Por isso, se reuniram por volta das 15 horas diante da prefeitura. Às 16h30 foram informadas de que um representante do prefeito desceria para dialogar com elas.
Às 17 horas, ao cobrar a demora pela presença do representante, foram informadas que não iriam ser recebidas porque o prefeito estaria enfermo e ausente da prefeitura. Uma funcionária pediu então, que voltassem na quinta-feira, em comissão, para ser recebidas pelo secretário de Administração, Pedro da Mata. Foram designadas para essa comissão Roselane Santos Roverão, Roseli Alves e Marlene Martins.
Elas prometem voltar e dizem que se não forem atendidas, farão greve.
Veja a lista de reivindicações entregue ao secretário de Abastecimento:
– abono produtividade a merendeiras e auxiliares, que seria o 15º salário pago aos servidores da educação, a que elas julgam ter o direito por trabalhar nas unidades escolares.
– adicional de insalubridade às merendeiras e auxiliares, pois trabalham com equipamento pesado, em altas temperaturas e objetos cortantes.
– concessão de reajuste salarial. Segundo elas, há três anos não têm reajuste.
– redução de carga horária de 8 para 6 horas.
– enquadramento como cozinheiras, pois exercem essa função. Segundo elas, a definição de merendeira não contempla atividades de cozinha, mas apenas montar e servir lanches.
– mudança da Secretaria de Abastecimento para a Secretaria de Educação, já que trabalham em escolas, inclusive orientando a educação alimentar dos alunos. Elas afirmam que o enquadramento na educação traria benefícios pecuniários, como, por exemplo, o 15º salário.
– tratamento adequado aos readaptados, aqueles que deveriam ser afastados do trabalho da cozinha por motivos de saúde e não são.
– reclamação não trabalhista: falta material de trabalho. Citam a Emef Profa. Alayde Domingues Couto Macedo , no Jardim Silveira, que teria 100 pratos para atender 1400 alunos.
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