Pediatras atenderam não apenas crianças quando atuaram nos primeiros dias no socorro às pessoas em abrigo na cidade de Canoas
Uma equipe de quatro pediatras do Hospital Municipal de Barueri (HMB) atuou voluntariamente nos primeiros esforços para socorrer as vítimas das inundações do Rio Grande do Sul. As médicas residentes Mirthes Monteiro Ortega, Alanna Paulla Marques Simão, Lethícia Cristinne Araujo de Campos e Júlia Incáu Guazzelli estiveram na linha de frente do socorro à população de Canoas no período de 7 a 12/5, um dos municípios mais atingidos.
Apesar de pediatras, elas acolheram pacientes de todas as idades. Havia pessoas abrigadas em escolas e outros pontos da cidade, todas precisando de ajuda. “Foi muito assustador ver a água até o teto das casas, isso chocou muito. Mas o mais assustador pra gente foi ver a vulnerabilidade das pessoas nos abrigos”, Iembra Júlia.
Mirthes conta que o trabalho foi mais do que de assitência médica. “Essa experiência, apesar de todo o cenário crítico e de muita tristeza, foi muito valiosa. Nós percebemos como é importante a doação em todas as frentes. Houve momentos de brincadeiras com as crianças que trouxeram um certo conforto para todos”, explica ela.
As residentes do HMB chegaram até o local com a ajuda de uma empresa privada, que pagou as passagens, enquanto as gestões do HMB e do Pronto-socorro Central de Barueri contribuíram com medicamentos e materiais médicos. “Nós atendíamos em média 200 pacientes por dia, não apenas em hospital, mas também em abrigo, aonde íamos de colchão em colchão, de família em família”, diz Alanna.
“Como nós fomos umas das primeiras equipes a chegar lá, encontramos as pessoas que apresentavam os sintomas mais agudos”, afirma Lethícia. Os casos mais graves eram transferidos para hospitais como o Universitário (HU), ligado à Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), o da Cruz Vermelha e o de campanha.