Paulo Henrique, no Parque Imperial, tem 17 anos e já conquistou 21 prêmios em olimpíadas científicas no Brasil e no exterior
Ele tem 17 anos, mora do Parque Imperial e sonha alto. Quer estudar num dos mais importantes centros de formação científica do mundo. Enquanto isso, vai acumulando prêmios em competições internacionais de matemática, física e astrofísica. Os mais recentes, conquistados no Japão e na Polônia.
Paulo Henrique dos Santos Silva descobriu sua facilidade com os números ainda pequeno, na Emef Levi Gonçalves de Oliveira, no Imperial. No quinto ano, passou para a Fieb Maria Theodora, no Alphaville, e as ciências exatas entraram de vez na sua vida.
Paulo Henrique, ou Paulinho, como é chamado em casa, é filho de um casal de paraibanos que se mudaram jovens para São Paulo. Aqui, tiveram três filhos, e o campeão em ciências é o mais velho. A família logo percebeu que o garoto era diferente. Bom aluno, sempre tirava notas altas e por esforço próprio conseguiu uma bolsa de 90% no Objetivo do Alphaville.
Tudo ia bem, até que uma televisão quebrada mudou seu destino no último ano do ensino fundamental. Durante a pandemia de covid, trancado em casa, passava suas horas livres no videogame. Mas o aparelho de TV quebrou e ele decidiu participar dos desafios online em ciências exatas. Era 2020 e ele conquistou sua primeira medalha de ouro na Olímpiada Brasileira de Astronomia e se classificou para o processo seletivo para as competições internacionais. “Eu sempre tive prazer em encontrar soluções para os problemas”, lembra ele.
O prêmio valeu uma bolsa de 100% na escola e serviu de incentivo, pois ele passou a se dedicar mais e no mesmo ano faturou a medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Física, conquista que repetiria nos dois anos seguintes. Seu desempenho chamou a atenção e em 2021, quando iniciou o ensino médio, acabou indo parar no Núcleo Especial Integrado do Objetivo, na avenida Paulista, que concentra os melhores alunos de suas unidades.
Naquele ano, ganhou mais um ouro, dessa vez na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica, onde recebeu o título de melhor prova teórica. Repetiria o prêmio em 2022, quando também obteve menção honrosa na Olimpíada Asiática de Física.
Finalmente, este ano, disputando com 400 estudantes de 83 países, alcançou a medalha de prata e melhor nota individual da equipe brasileira no principal evento do gênero do mundo, a Olimpíada Internacional de Física, disputada em Tóquio, no Japão. Dias depois, conquistou a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Astronomia, na Polônia. Hoje, a prateleira de Paulinho tem 21 medalhas de ciências.
Agora ele se prepara para o vestibular no fim do ano. Vai prestar para Engenharia Elétrica na USP e na Unicamp, como início de um caminho pelo qual ele pretende abraçar a pesquisa de materiais condutores na área de energia solar e radiação. “Quero seguir o caminho da ciência com objetivo ambiental”, explica.
Por isso, tem um olho nas universidades brasileiras e outro nos grandes centros de pesquisa. Entre suas metas está estudar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, o famoso MIT, um dos principais centros formadores de cientistas do planeta.