Crimes ocorreram em 13 de agosto de 2015 e seriam uma vingança contra o assassinato de um PM e de um GCM de Barueri
Por Verônica Falco e Décio Trujilo
No dia 13 de agosto de 2015, as vítimas foram mortas e sete ficaram feridas em ataques realizados por indivíduos armados em dez lugares próximos, em um espaço de tempo de cerca de três horas, em Barueri e Osasco, ambas na Grande São Paulo. Em Barueri, foram dois homicídios na rua Irene, no Parque dos Camargos.
As execuções ocorreram em dez pontos dos dois municípios num espaço de tempo de três horas aproximadamente. De acordo com testemunhos e gravações de câmeras de segurança, um grupo de pessoas armadas se movimentou entre os lugares. Um mesmo veículo teria sido visto em vários dos lugares onde ocorreram os crimes. Num bar em Osasco, eles separaram quem disse ter antecedentes criminais dos que negaram e atiraram.
Os crimes causaram forte comoção. A maior parte dos mortos trabalhava regularmente. Alguns tinham passagem pela polícia por delitos leves. Nos dias seguintes foram realizados atos cobrando agilidade de polícia para a elucidação dos crimes, Ao tentar dar uma resposta co clamor popular, menos de uma semana após as execuções, o então secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes (depois ministro da Justiça e agora membro do Supremo Tribunal Federal), afirmou que as investigações apontavam que ao menos, dez pessoas, que formaram três grupos de matadores, teriam participado dos assassinatos. “Imagens apontam que havia quatro pessoas num carro e mais duas numa motocicleta, em Osasco”, afirmou.
Com o avanço do trabalho de policial, no entanto, as suspeitas sobre parte dos investigados foram afastadas, ficando as acusações sobre quatro agentes: os policiais militares Victor Cristilder Silva dos Santos, Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain e o guarda municipal de Barueri, Sérgio Manhanhã. A Justiça decidiu no início do mês que os quatro vão a júri popular pela suposta autoria dos homicídios.
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Sérgio Manhanhã é coordenador do Grupo de Intervenções Táticas e Estratégicas (Gite), uma força de elite da Guarda Civil Municipal de Barueri.
Segundo as investigações, o Manhanhã e o PM Cristilder trocaram mensagens suspeitas antes e depois dos assassinatos. O PM mandou um “sinal de positivo” para o amigo, que respondeu com outro. Eles alegam que falavam sobre um livro de Direito que o guarda emprestaria ao policial.
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