sexta-feira, julho 26, 2024
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Eu acho nojento um negro beijando uma moça branca e loira

por: Redação

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Não, querido leitor. Você não leu errado. Por mais absurdo que possa parecer, essa frase já foi usada (e nem faz muito tempo) por muita gente.

Formado em Comunicação Social, Publicidade e Propaganda, baterista da banda Vozes Incômodas, autor dos livros "Poesia das Ruas" e "Anarquismo: Uma questão de ordem, respeito e solidariedade", escrivinhador no site Interferência Urbana, ataca de poeteiro e contador de causos no site "Recanto das Letras", reside em algum lugar além do arco-íris, não está na moda, não bebe, não fuma, não cheira, não dança, não joga e não namora em pé.
Formado em Comunicação Social, Publicidade e Propaganda, Jay Rocker é baterista da banda Vozes Incômodas, autor dos livros Poesia das Ruas e Anarquismo: Uma questão de ordem, respeito e solidariedade. Como ele mesmo se intitula, é ‘escrivinhador’ no site Interferência Urbana, ataca de ‘poeteiro’ e contador de causos no site Recanto das Letras, reside em algum lugar além do arco-íris, não está na moda, não bebe, não fuma, não cheira, não dança, não joga e não namora em pé.

Que a discriminação com pessoas que não se encaixam no “padrão certo” da sociedade existe, não há dúvidas. A diferença é que com o passar dos tempos ela muda o foco. Se hoje pode parecer nojento usar uma frase assim, antes, o nojento era ver casais fazerem isso. Negros morreram simplesmente por dizer bom dia para moças brancas.

Num resgate histórico recente, me lembro do Apartheid, do fim dos anos 40 e que durou até início dos anos 90. A grande maioria dos sul-africanos era formada por negros, mas o governo resolveu criar o Ato de Proibição de Casamentos Mistos da África do Sul, que simplesmente proibia a união igualitária entre negros e brancos.

Na “Terra da Liberdade”, os Estados Unidos, no século XIX era não só proibido um negro se casar com um branco, como até dividir o mesmo teto (a coabitação) também era. Ah, mas isso era século XIX, tudo passou…

Pois é, no século XX ainda era pior, pois além de serem proibidos os dois casos, lugares comuns não podiam ser divididos, como escolas, restaurantes e prédios, sem contar a divisão de cidades.

Não era nem permitido a negros sentar nos trens e ônibus e quando o fizessem, deveria ser em lugares reservados e eram obrigados a ceder o local se um branco quisesse se sentar.

Sabemos que o preconceito com negros ainda existe e qualquer um que diga uma frase como o título do texto vai ser considerado um babaca nos dias atuais (até por umas pessoas racistas que vestem máscaras na internet para parecerem politicamente corretos). Já num tempo remoto, quem proferia tal dizer era admirado.

A segregação racial foi fortemente amparada por costume bíblico (Deuteronômio 7:1-3, por exemplo), que proibia o povo de Israel de se casar e/ou manter contato com diversos povos considerados impuros, e muitos clérigos “anexaram” o negro como raça amaldiçoada por Noé.

Mas enfim, só resolvi escrever sobre isso porque ouço as pessoas dizerem que acham nojento pessoas do mesmo sexo se beijando e são favoráveis à segregação de quem não se encaixa nos padrões atuais. Estranho, né? Mudou-se o foco?

As pessoas também já foram contra: tocar violão, beber cerveja, mulher votar, mulher trabalhar, divórcio… Tudo coisa nojenta, tudo coisa de pária, tudo baseado em costumes e livros.

E você? O que acha?

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