terça-feira, outubro 8, 2024
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Estudantes ocupam EE Lênio Vieira contra fim do ensino médio

por: Redação

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Alunos tomaram a escola na noite de segunda-feira e denunciam truculência da 
PM e da GCM

Pais, amigos, professores e funcionários permaneceram na porta da escola durante a madrugada/Fotos: BnR

Um grupo de cerca de 30 alunos ocupou na noite desta segunda-feira, 16/12, a Escola Estadual (EE) Lênio Vieira de Morais, no Jardim Tupã, como forma de protesto contra a decisão do estado de acabar com as turmas de ensino médio e Educação para Jovens e Adultos (EJA) no local. A intenção dos manifestantes é não deixar o prédio enquanto a decisão governamental não for revertida. A expectativa é de que o número de ocupantes aumente nesta terça.

Logo após a tomada da unidade, a Polícia Militar e a Guarda Municipal se dirigiram ao local para tentar retomar a escola. Segundo relatos dos estudantes, os policiais usaram de truculência e intimidação para desmobilizar o movimento. A PM cercou o prédio e disse aos estudantes que iria invadir a unidade escolar. “Um grupo de GCMs tentou arrombar o portão dos fundos para entrar e só parou quando percebeu que estávamos filmando”, contou ao Barueri na Rede uma das ocupantes do prédio.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um policial militar em atitude agressiva abordando a professora Angela Soares, conselheira do Sindicato dos Professores (Apeoesp) que tentava orientar os estudantes. Ela foi obrigada a mostrar seus documentos para a PM, mas não foi acusada de desacato, como chegou a ser ameaçada.

À noite, pais, familiares e amigos dos alunos, além de professores e funcionários, se juntaram na porta da escola para apoiar o movimento e permaneceram no local durante a madrugada.

Estudantes pretendem ficar até decisão do estado ser revogada

O Lênio funciona do regime compartilhado, ou seja, durante o dia, a gestão é municipal e voltada ao ensino fundamental. À noite, as classes são de ensino médio e EJA, sob responsabilidade do estado e têm cerca de 400 alunos. A gestão estadual quer encerrar as atividades que lhe cabem, transferindo os estudantes para outras unidades. Com isso, o prédio ficaria apenas com a prefeitura, que tem planos de construir no local um centro de ensino.

A ocupação foi decidida numa reunião do grêmio estudantil, que considerou a tomada do prédio a última alternativa para continuar estudando no local, após várias tentativas de diálogo. Apesar de não ter havido nenhuma comunicação oficial a alunos ou pais, os estudantes estão sendo individualmente informados que serão transferidos para outras unidades na cidade e até em outros municípios.

A escola já havia sido ocupada em 2015, quando o governo estadual decidiu encerrar de uma vez as atividades em mais de cem unidades, no que foi chamado de reestruturação escolar. Na época, o movimento de protesto se estendeu por todo o estado e impediu o fechamento das unidades, o que passou a ser feito aos poucos pela Secretaria de Educação do estado.

Está marcado para as 10 horas da manhã desta terça-feira, 17/12, um ato de apoio ao movimento de ocupação e de desagravo à professora Angela Soares.

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