Apenas após denúncia do BnR secretaria estadual soube que área indicada pela prefeitura sofre inundações e não há previsão para resolver o problema
O Governo do Estado foi surpreendido ao saber que está construindo um hospital público de grande porte em Barueri numa avenida que alaga várias vezes ao ano a ponto de impedir o acesso de automóveis e pedestres ao local e que nada está sendo feito para resolver o problema.
A informação foi passada à Secretaria de Saúde estadual pelo Barueri na Rede, que juntou uma série de reportagens e vídeos (veja um dos vídeos aqui) sobre as frequentes enchentes na área e perguntou ao órgão como pretende equacionar o problema. O Hospital Regional Rota dos Bandeirantes, em construção na avenida Anibal Correa, na altura do Parque Viana, tem previsão de inauguração já no primeiro semestre deste ano.
Após o mais recente alagamento que interditou a avenida, do domingo passado, 12/2, fechou o trânsito nos dois sentidos e deixou novamente carros ilhados, o BnR, procurou tanto o governo do Estado, responsável pelo repasse total de R$ 270 milhões para a obra – dos quais R$ 215 milhões já investidos até o momento – quanto a prefeitura, responsável pela escolha do local onde o hospital seria construído e pelo investimento de 1/3 do valor total da obra.
O site enviou por email tanto para a gestão estadual quanto para a municipal uma série de questões. Perguntou se o governo do Estado tem ciência da situação na avenida onde o hospital está sendo construído; se há alguma obra de escoamento prevista para evitar que, quando do funcionamento da unidade de saúde, pacientes e ambulâncias fiquem presos, sem conseguir entrar ou sair, ou até mesmo ficarem ilhados; se o Estado considera seguro um hospital desse porte ser instalado em local com tamanha incidência de alagamentos.
Nos cinco dias que se seguiram ao envio das perguntas, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo entrou em contato telefônico diversas vezes com o BnR, admitindo desconhecer o problema e informando que estavam sendo feitas reuniões de suas equipes técnicas. Finalmente, na quarta-feira, 15/2, foi enviado e-mail respondendo aos apontamentos feitos pelo site. A nota informa que “em relação às obras de escoamento, após reunião entre a pasta e a prefeitura local, o órgão tomará as providências necessárias a respeito do trecho”, sugerindo que a prefeitura assumiu a responsabilidade de resolver o problema.
Como faltam quatro meses para o semestre terminar, é pouco provável que haja tempo para abrir um processo licitatório, cumprir os prazos legais e realizar a obra em tempo. Assim, há grande possibilidade de que o hospital seja concluído sem que os riscos de enchentes sejam eliminados.
Passados cinco dias do envio das perguntas, a prefeitura de Barueri não respondeu aos questionamentos feitos.