Fluxo de torcedores foi tranquilo e filas só aumentaram perto do início do jogo. Apesar do apelo da polícia, muita gente chegou em cima da hora
O esquema montado pela polícia para o jogo deste domingo (10/1) na Arena, entre São Paulo e Taboão, funcionou. A entrada fluiu normalmente desde o meio da tarde, quando os portões foram abertos, e só houve filas mais longas a partir das 17h30, uma hora antes de o jogo começar. Apesar do apelo da polícia, grande parte da torcida chegou em cima da hora, mas mesmo assim o fluxo de entrada funcionou bem.
Segundo a capitã Sandra, comandante da operação, o efetivo ampliado deu conta do recado. Além disso, para este jogo foi aberto mais um portão, o número 6, que não funcionou nos jogos anteriores. Faltando uma hora para o início da partida, em sua avaliação, o público ainda era muito inferior ao previsto pela polícia, de 15 mil pessoas. “Mas a chuva pode estar segurando as pessoas”, avaliou. “Além disso, muita gente costuma chegar em cima da hora.” Ela tinha razão, pois assistiram à partida 14.492 torcedores.
Em certos momentos, as filas chegaram a ter mais de 50 metros de extensão, mas fluíram rapidamente e a revista transcorreu em clima de tranquilidade, mesmo quando o horário do início do jogo se aproximava e ainda havia muita gente do lado de fora. Muitos torcedores, porém, só conseguiram entrar quando já havia 20 minutos de bola rolando.
Nas duas partidas anteriores houve empurra-empurra, confusão na revista policial e revolta de torcedores, especialmente no jogo de quinta-feira (7/1), quando a proibição de entrada de água e mamadeiras provocou irritação.
No jogo de quinta-feira, entre São Paulo e Audax, os são-paulinos se queixaram também de que a torcida do São Paulo, mais numerosa, foi colocada de frente para o sol, enquanto a adversária ficou na sombra. Hoje, esse problema não ocorreu pois o tempo esteve nublado durante toda a tarde e chegou a chover fraco em vários períodos.
Neste domingo, a proibição da entrada de bolsas e isqueiros foi seguida à risca, mas não houve incidentes.
Oportunidade de negócios
Com a proibição da entrada de bolsas, muita gente foi barrada na entrada do estádio. Mas Jair Oliveira não tem do que reclamar. Ele montou um “guarda-volumes” em seu próprio carro, estacionado em frente ao portão 1 da Arena.
A cada torcedor impedido de entrar, Jair gritava o seu serviço: “Guarda bolsa”. Ele costuma trabalhar assim em todos os jogos no estádio que tenham revista policial. Cobra 5 reais por volume e diz que já chegou a faturar mais de mil reais numa única tarde. “Tive que buscar outro carro em casa para acomodar todas as bolsas.”
Para deixar o freguês tranquilo, Jair entrega uma filipeta com seu nome e número de celular. “Não vou embora enquanto não entrego a última bolsa”, explica.
Além dele, os ambulantes puderam trabalhar tranquilamente sem ser incomodados, ao contrário do que a PM disse que faria. A oferta era grande: de amendoim a cerveja, de capas de chuva a camisas e faixas do São Paulo, o fregues não teve do que reclamar.