Desde que viu outra menina que se tratava de câncer, há dois anos, ela decidiu doar, mas as regras das instituições não aceitam a entrega em mãos
Ela tem cinco anos e um sonho incomum. Quer cortar suas longas tranças negras e entregar pessoalmente para uma criança que esteja necessitando. E é isso que sua família, que mora num bairro de Barueri, está tentando agora, convencer uma entidade de tratamento de câncer a receber a menina e seu presente.
Tudo começou há dois anos. No trem em que estava com a mãe, viu uma menina carequinha, que olhava para ela. Então, perguntou se a garota gostaria de ser cabeluda. Ao ouvir a resposta positiva, decidiu que deixaria seu cabelo crescer para doar. Tinha três anos de idade.
Desde então, passou a ter mais noção de porque outras crianças não têm cabelo e seu propósito se tornou cada dia mais forte.
No mês passado, apareceu na escola o assunto de que em outubro haveria o Dia das Crianças. Então, disse para a mãe que havia chegado a hora de cumprir sua promessa. Começaram a procurar uma instituição para a doação. “Eu quero dar meu cabelo de presente”, conta.
Ela quer entregar o presente pessoalmente. Surgiu aí um problema. Nenhum lugar aceitava que os cabelos fossem entregues pessoalmente. Eles teriam que ser enviados num envelope ou recolhidos na casa da família. A alegação é que a cena da doação seria constrangedora para a outra criança, em tratamento.
Desde então, a família vem tentando uma solução. ´É meu sonho entregar para uma criança que precisa”, conta a garotinha. Só assim ela pretende cortar o cabelo pela primeira vez na vida.
*O Barueri na Rede omitiu o nome da menina e de seus familiares e de qualquer informação que possa identificá-la, como forma de proteção e no cumprimento da legislação que proíbe a exposição de crianças e adolescentes.