Tempo médio que a empresa demora para agir vem piorando desde 2018 e superou doze horas em janeiro e fevereiro
O tempo que a Enel SP demora para atender emergências atingiu o pior índice desde 2018, quando a empresa assumiu o serviço de fornecimento de energia elétrica no Estado de São Paulo. Segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nos meses de janeiro e fevereiro, a concessionária gastou em média 12 horas para resolver problemas relatados por clientes.
Este número vem piorando ano a ano. Em 2018, quando a Enel assumiu a operação que era da Eletropaulo, a demora era de quatro horas. No ano seguinte, subiu para aproximadamente seis horas. Em 2020 chegou a oito horas, caiu para seis horas um ano depois, mas voltou a crescer, atingindo 9h24 em 2022 e 11h40 no ano passado., .
Mas não foi só a demora que piorou. O número de casos, também. A empresa registrou 26.099 ocorrências emergenciais com interrupção de energia elétrica em janeiro e 25.438 em fevereiro deste ano, somando 51.537 ocorrências. Os números representam um aumento de 13% em relação aos dois primeiros meses do ano anterior. Esse aumento pode ser percebido nas constantes queixas sobre corte de fornecimento relatadas pelos consumidores.
A empresa atende aproximadamente 7 milhões de pessoas em 24 municípios da Região Metropolitana de São Paulo e está na mira do Ministério de Minas e Energia, que determinou a abertura de um processo disciplinar para investigar as “transgressões reiteradas” da concessionária, incluindo o número de casos de emergência e a demora para atender.
Em novembro do ano passado, no dia 3/11, após um temporal, um apagão deixou mais de 2 milhões de pessoas sem energia elétrica em diversos bairros de São Paulo e cidades da Região Metropolitana. Alguns locais registraram até seis dias de serviço de energia elétrica interrompido. Pouco tempo depois, no dia 15 do mesmo mês, houve novas interrupções nos serviços de energia elétrica em alguns bairros da capital. Na semana passada, pontos do centro da capital ficaram sem fornecimento, causando grandes prejuízos a moradores e comerciantes.