Caso envolveu funcionário da Emef Alcino Francisco de Souza. Ao todo, quatro crianças foram vítimas
Após as primeiras apurações sobre a denúncia de abuso, o Conselho Tutelar de Barueri é categórico: houve violência de cunho sexual contra pelo menos quatro crianças. Em conversa com o Barueri na Rede, o Conselho Tutelar 1 confirmou que o ajudante geral da Emef Alcino Francisco de Souza, no Jardim Silveira, abusou sexualmente de crianças da escola. Nesta quarta-feira, 30/10, pais e vítimas foram ouvidas por conselheiros, que também fizeram um acompanhamento com os alunos da escola.
Segundo o Conselho Tutelar 1, que cuida da região onde fica a unidade escolar, quatro crianças em torno de 10 anos de idade foram vítimas da ação, sendo que um menino testemunhou o ato e três meninas foram abusadas. ‘O assediador esfregou o genital nas alunas, por cima da roupa, e deu um ‘abraço forte’, em que elas perceberam a ereção dele’, é a conclusão da entidade. A atitude, de acordo com o conselho, é considerada estupro de vulnerável, já que as garotas eram menores de 13 anos.
“Os abusos sexuais que não deixam lesão são os mais difíceis de serem comprovados e punidos, mas é necessário se investigar qualquer suspeita de que tais fatos estejam ocorrendo”, concluiu o Conselho Tutelar ao BnR.
Na manhã de quarta-feira passada, 23/10, dia do ocorrido, uma das meninas relatou o abuso para uma funcionária da escola, que acionou a mãe da aluna e o Conselho Tutelar. O órgão, então, orientou que fosse feita uma denúncia formal na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que tem estrutura para atender casos do tipo.
O acusado prestou depoimento no 1º DP, também no Silveira, na quinta-feira, 24/10. Na data, um casal, que o esperava na delegacia, chegou a agredi-lo e foi contido por GCMs (saiba mais).
Nesta quarta-feira, 30/10, o Conselho Tutelar ouviu as crianças, acompanhadas dos pais. Na escola, os conselheiros conversaram com a turma dos alunos e deram orientações. Com todas as informações, um relatório detalhado foi entregue à DDM, que investiga a acusação.
‘Em casos de abuso sexual, de qualquer natureza, o conselho atua ouvindo as vítimas, familiares e a escola, fazendo o encaminhamento da família para atendimento no CREAS e da criança para atendimento psicológico na UBS mais próxima’, explica a nota do Conselho Tutelar. Além de garantir que a criança não tenha mais nenhum contato com o suposto agressor, para que a vítima se sinta segura e protegida.
Na Emef Alcino, a escola confirmou para o conselho que já foi realizada a transferência do funcionário para outra secretaria, em trabalhos internos, até que se encerre o inquérito.
Aos pais, ou responsáveis, que podem vir a enfrentar casos de abuso cometido contra os filhos, o Conselho Tutelar orienta que procurem os órgãos de proteção e segurança para fazer o registro dos fatos, preservando ao máximo a identidade do jovem, principalmente em redes sociais. Os relatos da criança não devem ser menosprezados ou invalidados, e as vítimas devem passar por psicólogos para minimizar os traumas.