Um historiador da cidade e um amigo da vítima alertaram o site para o desaparecimento de Simone
Desde que a ossada humana foi encontrada numa obra em pleno bulevar central, em 10 de julho, a equipe do Barueri na Rede se mobilizou para descobrir a história daquele achado. Para isso, pesquisou arquivos de desaparecidos na cidade, falou com a polícia, procurou familiares de pessoas sumidas e manteve inúmeros contatos com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), responsável não apenas pela Polícia Civil, que investiga o caso, mas também pelo Instituto de Criminalística (IC), órgão que realiza perícias no estado.
Em certo momento, o site foi procurado por Marco Antônio, o Marcão, administrador da página Memórias de Barueri no Facebook. Marcão, por iniciativa pessoal e também em razão de sua página, é um pesquisador da história de Barueri e também trabalha em investigar episódios da cidade e esclarecer relatos que circulam. Ele falou do caso de uma jovem que havia desaparecido anos antes no centro da cidade, quando trabalhava para o cabeleireiro Gilberto Damião, que havia lhe confirmado a história.
O BnR procurou Gilberto, que se prontificou a fazer o contato entre o site e Isaura Stamboni, que procurava pela filha desaparecida fazia onze anos. Já era o mês de outubro e o IC recebia, sem sucesso, pessoas que tinham parentes desaparecidos em Barueri e se apresentavam para tentar identificar os ossos encontrados.
No dia 31 de outubro, dona Isaura recebeu o BnR em casa, junto com Gilberto Damião. Ela não sabia do encontro da ossada no centro, e imediatamente decidiu procurar os peritos do estado. No dia seguinte, ponto facultativo, esteve na Delegacia de Polícia de Barueri, que a orientou a dirigir-se ao Instituto Médico-Legal (IML) de Osasco, para onde os despojos haviam sido enviados.
Seguindo orientação dos peritos, Isaura passou a juntar todas as informações que pôde. Foi atrás de um mapa da arcada dentária da filha, obtida da dentista que ela frequentava em Jandira, e encontrou entre seus documentos um raio X de uma cirurgia odontológica que Simone havia feito.
Seu passo seguinte foi levar tudo até o IML Central, em São Paulo, onde também foi recolhida sua saliva para realização de um teste de DNA. Isaura já tinha certeza de que havia descoberto o paradeiro da filha, o que se confirmou no telefonema que receberia dia 27 de novembro.
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