sexta-feira, julho 26, 2024
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Com a história nas mãos

por: Redação

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Caetano, Braguinha e Vandré: na memória musical de Valter Klenk, olhar o passado ensina que quem ocupa escola se preocupa

Valter Klenk, é formado em Comunicação Social, trabalha como Analista de Sistemas, nascido em Barueri, participou ativamente da vida cultural da cidade, no teatro, na música, na produção de curtas-metragens e saraus. Acha que sabe de quase tudo um pouco e quase tudo mal.
Valter Klenk, é formado em Comunicação Social, trabalha como Analista de Sistemas, nascido em Barueri, participou ativamente da vida cultural da cidade, no teatro, na música, na produção de curtas-metragens e saraus. Acha que sabe de quase tudo um pouco e quase tudo mal.

“… aquele que considera a saudade uma mera contraluz que vem do que deixou pra trás, não, esse só desfaz o signo e a rosa também.”
Genipapo Absoluto – Caetano Veloso

Estou há mais de uma semana com essa canção na cabeça, exatamente, por conta dessa frase acima. Deste muito tempo, ela retorna à minha mente como se estivesse pedindo a minha atenção. Descobri então, que Caetano vai lá ao passado revisitar sua história e trazê-la para o presente.

Sua mãe, Dona Canô, costumava cantar a música Mané Fogueteiro, de autoria do Braguinha, que conta a história de Mané, que é apaixonado por Rosa, a qual é paixão, também, de Zé Boticário. Mané é assassinado e alguém vê em seus olhos frios o brilho de um foguete no céu.

O que chama a atenção é a forma como Caetano traz o passado à sua vida presente dizendo que devemos ter o coração daquilo, ou seja, trazendo consigo. A história tem que estar viva em cada ato, como diria Vandré em “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”, com a história na mão.

Na última sexta, 11, vários alunos ocuparam a escola Estudante Henrique Fernando Gomes, no Jardim Maria Helena, entrando na luta contra a PEC 241 (agora PEC 55 no Senado), que congela gastos na educação por 20 anos. Na semana anterior, tiveram desmantelada a ocupação do Myrthes Therezinha Assad Villela, no centro, pela direção da escola que pressionou para que os pais impedissem seus filhos de levar a cabo a ação.

Nas matérias publicadas sobre os fatos pelo Barueri na Rede, observa-se uma enxurrada de impropérios contra esses estudantes: bandidos, desocupados, baderneiros e outras bobagens. Há também ameaças, não veladas, feitas por alguns.

Essas meninas e meninos estão simplesmente fazendo o que toda a população deveria estar fazendo, que é se mobilizar contra a certeza da falência do ensino público. Diretores, professores, funcionários de escola deveriam dar apoio total e não colocar os jovens contra a parede, tentando desmobilizar uma luta justa.

Quem ocupa é ocupado, é preocupado. Olhem a história! Não precisam ir longe. Em novembro do ano passado, esses meninos ocuparam várias escolas em Barueri e no Estado contra a tentativa de reformulação do ensino, promovida pelo governador, que iria fechar várias escolas. Conseguiram a desistência do governo.

Muitas escolas que hoje estão funcionando devem isso ao movimento de ocupação feito no ano passado. E, enquanto estiveram ocupando as escolas cuidaram dela, limpando e chegando a fazer reparos em algumas (veja como foi: Após duas semanas de ocupação, estudantes deixam escolas em Barueri).

Portanto, cuidemos dos nossos meninos e meninas, eles estão com a história nas mãos e quem ensina não deveria tratar a história como uma mera contraluz que vem do que ficou pra trás, sob pena de perder todo seu significado e, pra não dizer que não falei das flores, o da rosa também.

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