Munícipes afirmam procurar órgãos responsáveis para poda e corte de árvores, mas que nada é feito

Por: Thiago Correia
Com as fortes chuvas dos últimos dias, árvores em diversos pontos da cidade acabaram caindo, como aconteceu no Jardim Belval, Vila Boa Vista e Alphaville (leia mais). A questão deixou munícipes de outros bairros preocupados com os riscos de queda de árvores próximas às suas residências.
Um desses munícipes é Regis Julio, morador do Engenho Novo. Ele conta que nos fundos de sua casa existe uma árvores de grande porte em um terreno declive com risco de queda. “Já acionei a Defesa Civil. Vieram até a minha casa, fizeram a ocorrência. Levei a mesma na Secretaria de Recursos Naturais e Meio-Ambiente (Sema) e parece que eles estão esperando a árvore cair pra tomar uma providência”, afirma ao Barueri na Rede.
A ocorrência foi registrada com a Defesa Civil em 21/1. Na descrição, é informado que quatro árvores, duas de grande porte e duas de pequeno porte, estão em terreno em declive com riscos de queda e vida aos moradores. A ocorrência diz que é “necessário intervenção técnica do órgão competente para podar e cortar árvores da cidade (Sema)”.
“Já tem anos que a gente corre atrás disso, mas tem um mês e alguns dias que tenho buscado alguma solução”, revela Regis. “Estive na Defesa Civil e eles disseram que estão isentos e que agora é com a secretaria de meio-ambiente”, informa o morador.

Quem também sofre para conseguir uma solução com poda ou corte de árvore é Natan Filho, morador do Jardim Graziela. Segundo ele, uma árvore tombada em seu quintal vai fazer “aniversário” de um ano. “Isso impede até a limpeza do terreno com um tronco daquele porte”, afirma.

Sobre quais procedimentos os moradores devem tomar com árvores em situação de risco, a nota informa que em caso de risco iminente, entendido como “perigo de acontecer um fato indesejado em curto prazo”, no caso da árvore por volta de 48 horas, acionar a Defesa Civil. Não havendo risco iminente, segue o processo da legislação ambiental, por meio da Sema.
Referente ao prazo para Sema ou Defesa Civil analisar e agira na retirada de árvores, a prefeitura afirma que em situação de risco iminente, o prazo é o “mais breve possível”; já em outros casos, “são definidas as prioridades”.
A nota esclarece que a “poda equivale a uma cirurgia na árvore e só deve ser executado em casos que realmente há necessidade” e que assim consegue manter a “sanidade dos exemplares arbóreos da cidade”. Também diz que “não se executa poda em exemplar que não precisa da intervenção, com risco de comprometer o estado e a longevidade da árvore” e que por isso é realizado vistoria técnica.
Sobre se há algum levantamento de árvores com risco de queda, a prefeitura diz que realiza vistorias diárias das árvores e que iniciou “inventário arbóreo dos espécimes em calçadas e praças, possibilitando conhecer o estado de saúde dos espécimes existentes no município”. Segundo dados da prefeitura, em 2018, foram realizadas 3780 podas, 756 cortes e emitidos 905 informativos técnicos sobre licenciamento ambiental de árvores. Em 2019, foram emitidos quase 200 pareceres sobre árvores.
A prefeitura lembra que é “responsável pela emissão de autorização de poda, corte e transplantes de árvores em logradouro público e particular, conforme legislação ambiental”, mas que a intervenção em árvores com autorização da Sema em área particular é de “responsabilidade do proprietário, devendo contratar profissional habilitado” e que o poder público executa intervenções em área pública ou quando o morador comprova “dificuldade financeira”.
Por fim, salienta que existem muitos pedidos de vistoria por árvores provocarem “sujeira”, como queda de folha ou pelo munícipe se incomodar com o exemplar, ligando para Sema ou Defesa Civil “dizendo que a árvore apresenta risco de queda, o que faz com que a equipe técnica seja deslocada sem a devida necessidade imediata”, o que demanda um filtro no atendimento, que nem sempre é fácil de identificar, principalmente após eventos de chuva forte.