Num congestionamento na Castello Branco, em Barueri, ambulância da Secretaria de Administração Penitenciária bateu contra o carro de Marcelo
Em 1º/8 de 2020, Marcelo de Oliveira viajava com sua irmã e sua mãe, Francisca, de 74 anos, de Porto Feliz, no interior de São Paulo, para a capital. Eles iriam buscar a bateria de um notebook usado que a idosa ganhou para iniciar a graduação no curso de eventos na Fatec de Itu.
No retorno para casa, um congestionamento na Rodovia Castello Branco, em Barueri os obrigou a parar. Segundos depois, conforme relata Marcelo, uma ambulância da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) bateu violentamente contra o carro de Marcelo, causando a morte instantânea de dona Francisca.
Passados quase quatro anos, Marcelo e sua família não tiveram qualquer retorno das autoridades, inclusive os e-mails enviados por ele à SAP foram excluídos sem serem lidos pela instituição.
“Não recebi nenhuma ligação da SAP para receber qualquer tipo de amparo. O motorista que bateu no meu carro segue trabalhando normalmente até hoje, sem nenhuma sanção. É nítido nas filmagens que ele sequer freou na hora do acidente”, afirma ele. “Tive que lidar com o funeral da minha mãe somente com a ajuda da minha irmã, ambos fraturados e sem condições de proporcionar um enterro digno para ela”,
A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou, através de nota, que o motorista da ambulância está respondendo a um Processo Administrativo Disciplinar por falta grave, que tramita na Procuradoria Geral do Estado. Alega também que o motorista foi afastado de suas atividades normais e trabalha como porteiro de uma unidade prisional.
A CCR ViaOeste, alega que não comentará sobre o caso por “não fazer parte do processo”. A assessoria de imprensa da concessionária alega que as filmagens captadas pelas câmeras das rodovias são divulgadas somente para as autoridades policiais.
O promotor de Justiça responsável pelo processo, Estêvão Luís Lemos Jorge, afirma que as imagens estão anexadas ao processo, junto ao laudo, e o Ministério Público de Barueri indica que se manifestará apenas ao final das investigações policiais, que já duram quatro anos.