Parte do efetivo de Barueri realizou ato silencioso depois que Hilário Colino Bermejo Neto foi baleado e morto em serviço
Na manhã desta quarta-feira, 7/2, agentes de trânsito de Barueri se uniram em protesto e homenagem a um colega de farda que foi assassinado a tiros durante o trabalho. Hilário Colino Bermejo Neto trabalhava quando foi baleado e morto na terça-feira, 6/2, no Pará.
Em Barueri, assim como em vários municípios do país, incluindo a vizinha Carapicuíba (veja reportagem aqui), os agentes de trânsito se solidarizaram e tentaram fazer da morte do colega um alerta para as condições de trabalho. Imagens que circularam em grupos da classe mostravam o agente do Pará caído, cercado por pessoas que presenciaram o ataque e tentavam ajudá-lo.

O efetivo total de Barueri, que segundo o Censo do IBGE de 2017 tem uma população estimada em 267.534 pessoas e uma densidade demográfica (resultado da divisão do número de habitantes de um território por quilômetro quadrado) de 3.665,21 hab/km², é de 171 agentes de trânsito.
Em 2016, o Barueri na Rede publicou uma reportagem (leia aqui) sobre a pretensão do Demutran de Barueri em armar seus agentes devido à violência. Fontes do BnR relataram que no final daquele ano, o Demutran concedeu o porte de tonfas (bastões semelhantes a cassetetes) aos agentes, que acabou sendo retirado em 2017. Itens de segurança como teaser (arma de choque) e colete à prova de balas que estavam na proposta, não foram distribuídos.
Contudo, em maio do ano passado, a Câmara de Barueri aprovou a Lei Complementar 401, sancionada pelo prefeito Rubens Furlan, que garantiu aos agentes de trânsito o acréscimo de 30% sobre o salário-base (confira reportagem). Esse benefício foi cedido devido ao risco de morte inerente à função.
Medidas de segurança vetadas
Uma das reivindicações da classe é o reconhecimento do risco de morte. Segundo os representes da categoria, por todo o país é comum os agentes serem vítimas de agressões. Recentemente, foi encaminhada ao Senado uma proposta para permitir que esses profissionais tivessem porte de arma ou outros itens de segurança, como o teaser (arma de choque) para proteção pessoal durante o serviço.
O projeto foi aprovado pelo Senado mas, em outubro de 2017, a proposta foi barrada pelo presidente da República, Michel Temer. Por orientação do Ministério da Justiça, Temer vetou integralmente o projeto de lei que autorizava o uso de armas de fogo por agentes de trânsito por entender que esses profissionais não exercem atividade de segurança pública.