A menos de cinco meses da eleição, barueriense fica a mercê das incertezas da política local e não sabe que nomes vai encontrar na urna eletrônica
Não está fácil a vida do eleitor de Barueri. A menos de cinco meses da eleição, o cenário está completamente indefinido e, tudo indica, ainda falta muito para que as coisas adquiram alguma nitidez. Certamente hoje milhares de pessoas não fazem a mínima ideia de em quem vão votar em outubro.
Analisando o cenário eleitoral, o único candidato que se vê com clareza é o vereador Saulo Goes. Há pelo menos dois anos, ele afirma que pretende disputar o cargo de prefeito e todos os seus movimentos são nesse sentido.
Outro nome sempre presente é o do ex-prefeito Rubens Furlan, que também se declara pré-candidato. Não há dúvida de que ele seria o postulante mais forte com amplas possibilidades de ser eleito. Ocorre que Furlan tem pendências judiciais que podem tirá-lo da disputa. Tanto que hoje todos os seus esforços são no sentido de derrubar esse empecilhos.
Mas, ao mesmo tempo em que luta para viabilizar sua candidatura, Furlan busca consolidar uma via alternativa caso fique de fora. Sua determinação é que um eventual substituto tenha seu sobrenome. Surge aí o primeiro grande impasse. São quatro as possibilidades: Sônia Furlan, mulher do ex-prefeito; Bruna, filha; Rubens Junior, filho; e Toninho, irmão e vereador.
Ainda é impossível dizer quem seria o representante do clã Furlan na disputa, já que critérios como carisma, rejeição e condição de assumir o cargo fazem a escolha variar de acordo com quem analisa o quadro. São, portanto, cinco as incógnitas apenas dentro de um dos grupos políticos.
Do outro lado, com a desistência do prefeito Gil Arantes, criou-se um vazio que muitos tentam ocupar, até agora, sem êxito. Um dos nomes naturais é o do vereador e ex-secretário de Saúde Antonio Carlos Marques, o Dr. Antonio. Ele afirma que vai para disputa, mas ainda observa o panorama eleitoral. O mesmo ocorre com vice-prefeito Jaques Munhoz.
Na Câmara Municipal, os vereadores da base de Gil Arantes têm um comportamento em constante mutação. Ora se juntam para tentar tirar um nome de consenso, ora pendem para o lado de Furlan, ora se dividem. Entre tantas oscilações, candidaturas surgem e murcham o tempo todo no Legislativo.
O presidente da casa, Carlinhos do Açougue, apresentou seu nome e, até o momento, não o retirou. Agora, fala-se que Josué Pereira Silva, o Jô, poderia ser a opção dos vereadores. Ao mesmo tempo, conversas sobre a provável indicação de um membro da casa para ser vice numa chapa do grupo de Furlan ganharam força há duas semanas, mas hoje essa hipótese está na geladeira.
Ao mesmo tempo, circulam a todo momento pesquisas de intenção de votos com os mais diversos resultados. O que se pergunta é que critérios o pesquisador pode usar com tantas variáveis. Apenas como exemplo, no fim de abril, Jô era apontado como vice do grupo Furlan. Hoje, como eventual candidato da câmara. Uma sondagem eleitoral iniciada há 15 dias, portanto, viraria lixo antes mesmo de ser concluída.
Essa incerteza é uma novidade da política barueriense. Mesmo quando a situação se mostrou como Furlan ou um indicado seu contra alguém de oposição, o eleitor tinha um retrato claro da cena e podia tomar sua decisão sem dificuldade.
Além disso, a situação atual revela uma certa imaturidade política do município, que não produz lideranças consolidadas com força suficiente para se impor e fica à mercê da decisão de um nome ou de um grupo. A classe política fica paralisada à espera do que vai acontecer a Rubens Furlan para definir seus rumos. E o eleitor navega num mar de incertezas.