Afastamento de Lili Aymar (PDT) ocorre uma semana após o ex-prefeito e marido dela, Carlos Aymar, ser preso recebendo propina dentro da prefeitura
A Justiça afastou a prefeita de Araçariguama, Lili Aymar (PDT), do cargo nesta segunda-feira, 21/10. A decisão atende o pedido do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) após a promotoria alegar que as funções na chefia do Executivo da cidade eram exercidas pelo marido dela, o ex-prefeito Carlos Aymar, preso na semana passada (relembre).
Carlos Aymar foi preso em flagrante na segunda-feira, 14/10, recebendo propina dentro da prefeitura da cidade, que faz divisa com Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus. Ele e o secretário de governo Israel Pereira da Silva pressionavam uma cooperativa habitacional a pagar R$ 2 milhões em propina para liberação de um alvará para a construção de casas em Araçariguama. Carlos foi prefeito da cidade de 2000 a 2008.
Segundo o relato da empresa vítima da extorsão à polícia, o ex-prefeito não tem cargo oficial na gestão, porém, possui um gabinete na prefeitura e poder de mando. Com isso, ele determinou a lacração do escritório da cooperativa, com o nítido propósito de fazer com que a empresa pagasse a propina.
Já na manhã desta segunda-feira o vice de Lili Aymar, João Batista Correia Junior, o Joca (MDB), assumiu a prefeitura. A defesa da prefeita afastada informou que vai entrar com recurso contra a decisão.
Em fevereiro deste ano, Lili Aymar teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores por suposto uso de verbas públicas irregularmente no aluguel de imóveis. A denúncia feita por um morador apontava que a prefeita usou verba pública de R$ 40 mil no aluguel de imóveis particulares onde seriam instaladas escolas.
A defesa dela entrou com pedido de nulidade da decisão alegando manipulação no sorteio da Comissão Processante da Câmara, e ela reassumiu o cargo naquele mesmo mês.