Rogério Lins estava foragido desde o dia 6. Ele se apresentou à PF no Aeroporto de Guarulhos ao chegar dos Estados Unidos
O prefeito eleito de Osasco, Rogério Lins (PTN), que estava foragido nos Estados Unidos, voltou ao Brasil e entregou-se à Polícia Federal por volta das 5 horas da manhã deste domingo, 25/12. Ele se apresentou ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos de voo vindo de Miami. Lins foi encaminhado à Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur) e de lá foi transferido para o Centro de Detenção Provisória de Osasco.
Desde o dia 6 havia contra ele um mandado de prisão preventiva, consequência da quinta fase da Operação Caça Fantasmas, que investiga fraudes na contratação de servidores sem concurso pelo município Osasco. O esquema teria provocado desvios de R$ 21 milhões.
As acusações contra Lins e outros seis vereadores são de que eles mantinham funcionários fantasmas na câmara e ficavam com parte dos salários. Lins está nos últimos dias de seu mandato de vereador e deveria tomar posse como prefeito no próximo domingo, dia 1°/1.
Em sua página no Facebook, ele postou um vídeo em que diz que tem certeza de que a verdade aparecerá e sua inocência será provada. Também garantiu que em seu gabinete não havia funcionários fantasmas.
Na quinta fase da Operação Caça Fantasmas, o Ministério Público pediu a prisão de 14 vereadores de Osasco, entre eles, Rogério Lins, e mais sete que foram reeleitos em outubro. O MP já ofereceu denúncia contra 217 pessoas e mais de 200 já foram afastadas de seus cargos pela Justiça.
Mandato garantido
Como Lins não foi julgado, mas é apenas investigado, ele não pode ser impedido de exercer o mandato de prefeito. A Justiça Eleitoral pode dar posse a ele mesmo preso, ou a seu vice. Nesse caso, Lins assumiria o cargo quando terminasse sua prisão preventiva. A história política recente registra vários casos de prefeitos que despacharam normalmente da prisão.
Este ano ficou famoso o caso do prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz, acusado de prejudicar o funcionamento de hospitais públicos da cidade para favorecer hospital privado gerido por sua família. Ele foi preso em 18 de abril poucas horas após sua mulher, a deputada federal Raquel Muniz, ter dito na votação do processo do impeachment que ele era exemplo de gestão para o Brasil, e continuou despachando da cadeia.