Autor do crime afirma que atirou para se defender, pois pensava que estava sendo assaltado; testemunhas desmentem a versão
Um homem de 47 anos foi morto por um policial militar de folga, na madrugada de sábado, 18/1, no bairro Novo Osasco, em Osasco, após uma discussão de trânsito. O caso aconteceu por volta das 5 horas da madrugada.
A polícia foi acionada para atender uma ocorrência de disparo de arma de fogo. Assim que chegaram ao local, os agentes verificaram que Filadelfo Rodrigues estava dentro de seu carro com um ferimento de bala na nuca, já sem vida.
O autor do disparo, Railton Menezes de Souza, sargento da PM, se apresentou dizendo que teria atirado após ser vítima de roubo. Segundo sua alegação, ele estava de folga e, ao passar por um cruzamento, freou quando percebeu outro veículo que também indicava que iria cruzar a via. O outro automóvel parou e ele seguiu. Porém, ainda de acordo com ele, o outro carro teria avançado e atingido sua lateral.
O policial seguiu o relato dizendo que deu marcha ré para falar com o outro condutor, que acelerou, momento em que ele alega ter achado que seria alvo de roubo e que, por isso, teria disparado contra o motorista. Ele afirma que não tinha percebido que havia atingido o veículo e que deixado o local, porque estava com medo. O sargento contatou a polícia para reportar a ocorrência e depois recebeu a informação de que havia um homem baleado no local. Ele se dirigiu à delegacia para dar a sua versão assim que soube do ocorrido.
No entanto, testemunhas relatam que os tiros, ao menos três, foram motivados por uma discussão de trânsito. A vítima e sua esposa comemoravam o aniversário dele com os dois filhos e as noras. Ao retornar para casa, Filadelfo fechou o carro do sargento, momento em que começaram a discutir. Quando ele ia retornar ao carro, o sargento passou a disparar.
Railton foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo. O veículo, uma pistola Glock, o carregador e doze munições do sargento, foram apreendidos. O caso foi registrado como homicídio doloso (com intenção de matar) no 5 DPº de Osasco.
Filadelfo era comerciante e celebrava o nascimento do neto, conforme o relato de familiares. Ele foi velado a partir das 9 horas do domingo, 19/1, e sepultado às 14 horas no cemitério Jardim Santo Antônio, no Bela Vista, em Osasco.